terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Das Crias

Estou a tempo sem escrever que já comecei a escrever e apaguei algumas vezes.
Esse último mês estou em um dialogo profundo com o meu espelho.

Até agora foi uma gestação. Depois de nove meses nasceu uma relação de respeito, uma relação em que um olhar basta, o abraço é dado sem receio de ser negado, ser afetivo é necessário, não amar seria impossível, rir é hábito, cotidiano é diversão, lição de casa é brincadeira, preparar uma refeição é servir um prato de todas as melhores coisas que você deseja.

Eu sou completamente apaixonada pelos meus meninos. COMPLETAMENTE!
Se aturei o que for por aqui, tá ai a razão. Há 9 meses tenho dois professores particulares doutorados em amor. Ontem eu tive o prazer de sentar-me a mesa a companhia dos dois, os pais estavam em reunião. Senhor! Que saudades que já sinto, mas como meu sorriso arregaça quando lembro de cada minuto 
que passamos juntos.

Esse ano fui abençoada por duas crianças iluminadas, o quanto aprendi com eles, não tem como falar. O amor que cultivamos dia-a-dia, os abraços que recebemos inesperados, os afagos que trocamos, as risadas altas que fizeram nossas barrigas doer, as caras de choro cortadas por um sorriso ou uma mão amiga nos levantando do tombo. Se todos tivessem a abertura de aprender e ensinar que uma criança tem, o mundo passaria por uma grande transformação.

E assim como parti da minha segurança, sai de tudo que me era comum e larguei minhas facilidades no Brasil, em Março parto dessa rotina que me faz diariamente feliz. Amo tanto, mas tanto, mas tanto...


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Tempos de Guerra

Devo admitir, não sou mais a mesma, a cada minuto que passa sou outra pessoa! Que bom...
Eu continuo amando, querendo ir pra Cuba, cuidar das pessoas, morrendo de saudades, mas, SENHOR!, como minha cabeça mudou. Fui metralhada pelo que eu jurava conhecer!

Esse ano me vi em situações que eu NUNCA me imaginaria. A vida é ironia pura! Coitado de quem julga ou se acha o dono da verdade. Por vezes tento explicar algumas das minhas razões, dai entendo que na realidade minhas razões são apenas fruto dos meus sentimento o que anula qualquer compreensão de um outro que não sente o que eu sinto! E quanto menos eu falo, mas certeza tenho do que falei.

Eu repito: eu sinto muito.

Na guerra ninguém sai ganhando. Nada é complicado, mas a simplicidade requer delicadeza para ser compreendida, compaixão e delicadeza também.

Estou voltando em Março. O que deixei no Brasil em Março deste ano, construí nesse meses pra deixar por aqui também.

E o ruim do desapego é não ter desculpas para ter que ficar em qualquer lugar, é querer de coração caminhar junto mas de coração aprender a libertar. 

Cada ser humano tem uma sina e nada, NADA, é por acaso. A vida é TANTRA, a vida é TEIA, e é quando você menos vê sentido nas coisas que elas realmente fazem sentido. Nascemos, vivemos e morremos, como tudo deve ser. 

Se tudo tá uma merda, se os teus amigos e família estão longe. Se permita! Tem um por que. 

A experiência que tive aqui, ninguém me tira. Dinheiro é papel,  meus discos e livros, podem queimar em questões de segundos, uma casa, um furacão tomba. As pessoas que conheci por aqui, o que aprendi com eles, as situações que passei, as contradições que vivi, o pré-conceito que eu tinha e só percebi aqui para poder me livrar, tudo isso, é tão sagrado, é tão único, é tão gratificante.

Eu atirei flores por aqui e acabei acertando alguém! Meu mal foi esquecer que sempre que se atira em alguém o atirador passa a amar também!
E se eu não posso parar uma guerra, que eu consiga ao menos pacificar os que amo no tempo e espaço de cada abraço que eu der. 


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dançando no escuro

Estou de olhos fechados desde que nasci. Não sei se por não querer enxergar ou se são meus olhos que vêm luz demais. Luz demais, pra quem não vê, pode parecer escuridão.

Não que seja bom ou ruim, só é diferente, é um outro ponto de vista.

Tenho deixado a música me levar; as vezes danço sozinha, as vezes alguém me guia, outras vezes só esbarram em mim, mas mesmo assim, qualquer toque já me faz mudar de movimento. Com os olhos fechados abro outros tipo de percepções.

Com os olhos fechados eu sinto. Quando sinto, o que vejo é o de menos.

Vez ou outra, confesso, abro os olhos, mas é coisa rápida, não aguento muito não, o que sinto de olhos fechados é bem maior e melhor do que o que vejo de olhos abertos, vejo em quase tudo uma grande podridão.

Outro dia eu estava dançando de olhos fechados, sozinha, e alguém tocou a minha mão: "Por que não abre os olhos para dançar?", de olhos fechados respondi "Hoje eu só quero dançar! Não se incomode com meus olhos não, chegue mais perto que vou conseguir te enxerga. O que você realmente é eu só consigo enxergar assim, no silêncio dos olhos, o que você realmente quer, só entendo na cegueira do que falamos e na clareza da escuridão é onde encontro a certeza de onde eu posso pisar."

Silenciosos, cegos e claros da escuridão, dançamos. Se ele fechou ou não os olhos não sei dizer, mas naquela dança nós escutamos o que não nos cabia falar. Até que a música acabou. E lá estava eu, mais uma vez, sozinha, dançando no escuro.

Não sei quanto tempo passou, não sei o que aconteceu, continuei de olhos fechados, vivendo do que sinto, me movendo de acordo com o que me toca, dando o máximo de mim para que os outros possam enxergar sem ter o perigo de se convencer que apenas aquilo que sentem não é o suficiente para guiar alguém na escuridão. Só sei que depois daquela primeira dança, de tempos em tempos, existe alguém que sempre me tira para dançar, sem perguntar nada, sem querer abrir os meus olhos, apenas silenciando nossa cegueira na clareza da escuridão. Não saberia afirmar, também, se os seus olhos estão abertos, se esta pessoa está sempre me observando de perto, só sei que vez ou outra, danço do jeito que gosto, acompanhada, no escuro, com o sentimento justificando qualquer razão.

Confiar ao ser guiado de olhos fechados é estar pronto para abrir os olhos sem desconfiar!
É preciso um poço de amor e compaixão para não cegar-se nessa realidade de escuridão.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Palavras de esperança


"Troco aqui palavras de esperança! Pegue uma caneta, pegue um papel e dê o seu melhor. Então, coloque o seu papel na caixa e pegue uma esperança para você. Depois de ler: você pode pega-la para você, devolve-la na caixa ou dar o papel para alguém. Muito obrigada e ame sem limites!"

Armada de papéis, caneta e um apelo de esperança, sentei em uma praça de DC.

Desde o princípio eu tava achando que essa experiência seria bem mais interessante pra mim do que para os que possivelmente participariam. Devo confessar que o choque cultural para alguém que era acostumado a viver em meio a tanta arte e simplicidade está sendo cruel! Hehehehehe... Sabe aquele negócio de não saber se abraça, aperta a mão ou beija no rosto?

Essa semana que passou eu tava mesmo era querendo colo, mas sem coragem de pedir.

Tive uma conversa séria comigo mesma e sempre que isso acontece é mais um tapa na cara da sociedade: uma sessão de fotos, um poster na rua, um post novo ou algum desenho. Acho que minha mãe já desistiu de ter uma filha normal. Hehehehe... Mas isso é bom! Na vida a gente sempre tem duas opções, curtir a tristeza ou transforma-la em esperança. Confesso que curti a tristeza uns dois dias, pensando groselha e sentindo saudades, mas nunca se sabe quantos dias a vida ainda têm, então resolvi transformar o que estava entalado.

Assim que sentei, tive a leve impressão de que eu teria de ficar um bom tempo esperando até que alguém resolvesse trocar algumas palavras. Muita gente leu a placa, muita mesmo. Eu parecia um ET, parecia uma hippie louca perdida na concret jungle, mas eu juro que não me importo, achei foi engraçado, é interessante estar nessa posição, de ET, e ver de camarote a reação das pessoas quando a o apelo não é por dinheiro, mas por uma palavra de esperança. Algumas pessoas sorriam, outras olhavam e comentavam com a pessoa do lado, outras ficavam bravas, outras não olhavam nem pros lados, outras paravam e comprimentavam de longe.

Eu já tinha a experiência dos Abraços Grátis que dei no Brasil, o que ajudou muito a manter a minha cara de pau. Fui preparada para voltar para casa com uma caixa cheia de esperança ou apenas com os 3 papéis que eu mesma depositei lá. Fiquei uma hora sentada. Pensei em tudo. Tá! Tudo é muito. Pensei em bastante coisa. Pensei em como isso seria diferente no Brasil, pensei em como estava sendo grande pra mim ficar lá só olhando, pensei em como não ter ninguém para trocar com você te força a tirar esperanças de onde você nunca imaginou ter. Pensei muito mas também senti. Senti que apesar dos pesares, alguns sorriram. Pensei que enquanto eu não trocasse ao menos uma palavra com um desconhecido eu não sairia de lá, ou se tivesse de ir embora para trabalhar, voltaria no dia seguinte. Então pensei e senti por todos que não tem um minuto para alimentar coisas boas mas conseguem reclamar da vida 60 vezes dentro de um minuto.

Meu sorriso estava escancarado e minha liberdade no maior nível possível. Como eu queria ter escrito tudo aquilo na teste desde o momento em que comecei a ficar triste de tantas saudades e falta de amor.

Então olhei no relógio e precisava sair em 10 minutos, mas eu estava renovada e cheia de energia. Estava tranquila. Entendi que, mais do que nunca, eu precisava me reabastecer de esperança diariamente para poder alimentar os outros. Isso é fácil pra mim levando em consideração todos os que já encontrei no meu caminho, os abraços que dei, as conversas que tive, o que aprendi. Eu já estava bem,mas foram nos meus últimos 5 minutos de hippie anarquista que um pai se aproximou com sua filha e perguntou a ela "Quer escrever alguma coisa?", então ambos armaram-se de papel e caneta:

"Hope is strong in cats - they are always hoping for the mouse to run along."
"A esperança é forte nos gatos - eles estão sempre esperando um rato para correr atrás."

"I hope we can abandon religious fundamentalism, greed, ignorance, war, and racism. Oh, and know when we're being lied too."
" Eu espero que possamos abandonar o fundamentalismo religioso, a ganância, a ignorância, a guerra, e o racismo. Oh, e que saibamos quando estamos sendo enagandos também."

Não poderia ter sido em melhor hora. Eu não era a única que estava de cara com a situação em que o mundo está e aquela criança não poderia ter escrito algo melhor. Somos todos gatos, mas não é por que não vemos um rato que desistimos de matar nossa fome.

Então, eles leram cada um sua esperança e fomos embora depois de trocarmos sorrisos.

Eu tive que ficar forte por 55 minutos para entender tudo isso e fiquei feliz por minha persistência. A vida continuou a mesma, os EUA continua um país onde o dinheiro e o materialismo é, na maioria das vezes, prioridade, meus abraços continuam nos meus braços prontos para abraçar quando eu voltar pra casa.
Mas a minha luta é muito maior do que mudar o mundo, minha luta é alimentar o que ainda resta de amor para ele crescer forte e tomar conta do mundo. Não importa o quão louca, o quão fora da realidade ou o quão sem sentido eu possa parecer. Enquanto a minha esperança me fizer levantar da cama vou distribuí-la por onde eu andar, a vida é curta demais para se entristecer e longa demais para acharmos que nossas atitudes não faram diferença nenhuma.

Ame, mas ame sem limites!
Viva, mas viva intensamente!
Seja, mas seja o que se é!
Tema, mas tema para superar!
Sonhe, mas acorde para realizar!

domingo, 30 de setembro de 2012

Notas sobre a beleza!

Hoje só vou falar de coisas belas!

Uma flor desabrochando, o sorriso de uma criança, um abraço sincero, um beijo cinematográfico, uma mãe amamentando, um pé de uma pessoa no pé de outra pessoa debaixo das cobertas, um casal dançando, alguém dançando sozinho feliz, um bom dia de um desconhecido, um passarinho voando, um gato deitado no sol, um corpo nu, acordar com um bom dia ainda na cama, acordar com o gato no pé da cama, acordar com um passarinho cantando.

Estou falando de coisas belas de verdade. Verdade no meu ponto de vista, é claro.
O que é belo pra você? Qual foi a última coisa bela que você viu? Qual de todas elas foi a mais bela? Já conseguiu aceitar o quão belo você é?

Sintam-se livres para responder nos comentários, eu quero realmente saber!

Não é fuga de realidade ou querer disfarçar sofrimento com poesia, muito pelo contrário, minha poesia é um grito sufocado e a única fuga que encontrei para fugir da realidade foi aprender a encara-la.

Foi me olhando no espelho que aprendi a gostar no meu nariz, um pouco maior do que o normal. Não por ser belo do ponto de vista de terceiros, já que não segue o padrão "normal", mas por ser belo do ponto de vista que eu enxergava! Posso dizer então que a beleza é bem mais uma questão de ponto de vista que de realidade ou normalidade.

A beleza é amor palpável, aprender a enxergar a beleza em tudo e em todos é aprender a amar, aprender a enxergar do seu ponto de vista sem levar em consideração apenas os padrões da realidade e/ou normalidade.

Tudo é belo quando você aprende a enxergar a beleza de uma maneira mais interior que exterior. Repito: foi me olhando no espelho.

Sou bela com espinha, nariz grande e cabelo bagunçado. Que fique claro, não estou levando os padrões em consideração. Que fique claro, os padrões não entram nas coisas belas que me dediquei a falar nesse texto. Que fique claro, você é uma dessas coisas belas.

Uma semana bela, um espelho para cada leitor e morte a qualquer padrão que venha a interferir no seu ponto de vista, tão belo quanto o que o seu espelho reflete.

SINTAM-SE ABRAÇADOS!
Saudades mil, saudades mil...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Rafaelândia

Gente, pode chegar!
Não precisa de visto nem passaporte!

Cultura? Na Rafaelândia não tem cultura não. É só chegar! Sério mesmo, tá fácil de entrar.

Enquanto tomos sofrem com burocracias hipócritas nos territórios do planeta Terra, os moradores da Rafaelândia passam as tardes cagando na cabeça de todo mundo.

O mundo é grande demais para levantar bandeiras e como moradora da Rafaelândia volto atrás no que disse e deixo pra lá essa história de Rafaelândia, na realidade, não quero pertencer a lugar nenhum e a bandeira que levantei no meu território, vou queimar aqui mesmo com um sorriso largo de liberdade no rosto.

Não tenho orgulho de ser brasileira, não tenho orgulho de ter chegado nos EUA e tem tenho orgulho das terras onde pisarei, orgulho é ficar feliz pelo teu ego. Meu ego? Resolvi queimar junto com a bandeira.
Luiz Gozaga, pra mim era um mestre, Gandhi, era um mestre, Buddy Guy, outro mestre, Oscar Wild, outro mestre, Stanislavski, mais um, Patch Adams, ainda é! Gosto de feijão, gosto de macarrão, gosto de sushi e piroske. Rodar pião me agrada, soltar pipa me deixa feliz, fazer yoga também. 

E se não falo a tua língua, não tem problema nenhum, vou te abraçar que é pra acabar com qualquer fronteira que o ser humano construiu!
Se eu pudesse, jogava todos os meus documentos fora e deixava pra lá essa história de números que registrem sua cor, raça, nacionalidade, etc, e vivia por ai, mas como queimei minha bandeira, já não tenho mais nada pra provar que no país que acabei de conhecer, ninguém precisa disso para se identificar.

Foi hoje, no meu desespero para dançar um forró que eu aquietei a minha mente e atentei meus ouvidos para o blues que tocava no rádio! Gratidão. Não interessa aonde, com quem, em qual cultura, sentir o acolhimento na sinceridade que qualquer cultura carrega é uma benção, se dispor a ser acolhido é render-se ao amor de quem destrói fronteiras para construir pontes.

Sou tudo, nem aqui, nem lá, nem apenas eu, nem todos sem mim, sou essa que é reflexo do que já viveu, dos lugares que passou da gente que conheceu.

Luz, muita luz, para a iluminar a cabeça de quem jura de pé junto que o que o ser humano, assim como um produto barato, é definido por uma etiqueta MADE IN qualquer que seja o lugar.

Paciência para que eu faça silêncio perante os que insistem em se ORGULHAR.

Pau no cu de quem levanta bandeiras sem perceber que sua haste foi fincada da mão de seu próprio irmão.

Somos filhos do mundo, somos filhos errantes de uma mesma nação.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

No cu, é tabu?

Engraçado que quando comecei a escrever esse blog, era pra ser um blog falando sobre a minha experiência de Au Pair, dando notícias minhas, mas... Sou eu, não é mesmo? Claro que não ia ser assim.

E desde que o blog foi caminhando mais pra mim e menos pra esse "sonho no estrangeiro" tenho ouvido coisas como "Rafaela dando tapa na cara da sociedade!". Não acho nem um pouco ruim, é até bom por que as pessoas já não se impressionam mais com a minha sinceridade sem escrúpulos! Hihihihi... O que me dá a liberdade para falar de todo e qualquer tema. Sabe aquela frase "Era uma vez um gato xadrez que cagou na cabeça de vocês três"? Cheguei a conclusão de que sou uma gato xadrez! Hahahahaha... Ando estapeando a cara da sociedade e já nem acham ruim por que de tão repetida a frase já não causa mais espanto ou precisa ter nexo.

Vou aproveitar o espaço que tenho tido aqui pra dividir meus pensamentos e atitudes em relação a anticoncepcionais, sexo e absorventes sendo yogi, vegana e careta. 

Algumas meninas me perguntaram sobre e eu acho que isso não precisa ser um mistério para os homens, nada deveria ser coisa de mulher ou coisa de homem, uma hora você vai ter que dividir uma verdade do teu sexo com o sexo oposto.

Como a maioria já sabe, não bebo, não fumo e não gosto muito de tomar remédios não! A última vez que tomei remédio foi numa dor de garganta horrenda que eu precisei sarar imediatamente por que eu precisava trabalhar o quanto antes. O mundo é cruel, não é? Sabotamos a homeostase perfeita do nosso corpo para alimentarmos a exploração imperfeita que o homem cultiva desde que respira, time is money e nosso corpo que se foda. Bom, enfim... Não tomo anticoncepcional! Por que? Não quero influenciar ninguém, cada organismo é um organismo, cada um se conhece, ou pelo menos tenta se conhecer! Mas o último anticoncepcional que tomei, há uns três anos atrás, a principio, regulava minha menstruação, aumentava meu seio, deixava minha pele limpa e não me dava cólica, mas com um tempo os efeitos da TPM começaram a voltar bem mais fortes do que eram antes do tratamento. Quando virei vegetariana, parei de beber, etc e tal, parei com o anticoncepcional para ver no que dava! Segui assim para ver se meus sintomas de TPM melhoravam sem as pílulas, meu ciclo era uma bagunça e demorou a regularizar! O yoga, minha alimentação e respeito ao meu corpo, sem sombras de dúvidas, ajudaram a regularizar meu ciclo e purificar meu corpo de dois anos de anticoncepcional.
Hoje, sendo vegana, tenho uma sensibilidade muito maior aos processos do meu corpo, seja quando o meu período de menstruação se aproximando ou quando a minha digestão que funciona perfeitamente. Meus sintomas de TPM sem as pípulas são normais, nada muito extremo, parece bem mais natural hoje! É engraçado falar mas me sinto muito mais fértil, aliás, justamente por isso, sexo só com camisinha.
Então, sim! Acredito que você pode regular seu ciclo sem as pílulas, mas esteja preparada para andar na linda e dizer tchau as peitcholas enormes se elas cresceram com a ajuda do anticoncepcional!

Uhhhhhh.... Outra coisa que me perguntaram e acho bacana dividir.
Camisinha feminina! Olha, meninas, tentem. Quanto aos meninos, se esforcem muito para achar alguma beleza no preservativo feminino! Hahahahahaha... O preservativo masculino parece ser bem mais bem anatomicamente pensado, é tipo uma luva bonitinha ou uma meia de dedinhos! Mas o feminino... O feminino é quase um saco plástico muito maior que a boca do cesto de lixo. Nossa, terrível comparar minha linda flor com um cesto lixo, mas é que foi o único exemplo que me veio a cabeça! Hahahahahaha... OK! Eu tentei, mas não consegui! Foi super bacana pra mim ter a iniciativa de me proteger, mas gente, não, muitoooooooooo estranho, não me adaptei! Hahahahahaha! Mais uma vez sem querer influenciar! SOu super a favor de novas sensações! Hahahahaha... E se a camisinha feminina não te trouxer prazer sexual no provavelmente trará o prazer de boas risadas! 
Dêem uma olhada nesse vídeo, dá pra ter um idéia boa de como é:


E por último mas não menos importante: COPOS MENSTRUAIS!
Você não bebe nada neles, não se assute! Hehehehehe...
É que eu sou eco chata, né? Aliás, estou quase me convencendo de que sou toda chata! Hehehehehehe... Mas enfim, esse é um produto MARA! É um absorvente interno de silicone medicinal e sem látex que dura entre 5 e 10 anos. É, é... Você não usa só uma vez! Parece nojento mas eu garanto que é muito mais limpo que o teu absorvente fedido de sangue já oxigenado! Funciona assim, você enrola o copinho e aplica ele como de fosse um OB, ele deve se acomodar dentro de você de forma que não passe ar, o que mantem o sangue limpo dentro de você! No começo é comum vazar por que para você aprender a introduzi-lo de acordo com a anatomia interna do seu corpo demora um pouco. Bom, diferente do OB e absorventes comuns, ele não afeta em nada a sua flora vaginal, é ótimo para combater odor e corrimentos! Sim você vê o sangue no copinho e é bem mais limpo que aquela mancha horrível que incha o OB e apodrece o absorvente, parece um sangue limpo. E uma coisa importante, VOCÊ NÃO VAI PERDE-LO DENTRO DE VOCÊ! Hehehehehehe! É uma ótima maneira de economizar alguns bons reais que gastamos em absorventes, reduzir o seu lixo e cuidar da sua saúde sexual.
Foi o mais baratinho que achei, até aqui nos EUA tá mais caro, e você ainda pode aproveitar e comprar mais produtos veganos pra aproveitar a caixinha onde eles mandarão o teu copinho! ;D
O número um é pra meninas que ainda não tiveram bebês fofinhos e o número dois é pras mamães queridas! 

Sua avó fez sexo! Não é incrível isso? Pois é...
Cagar, comer e foder é quase tão essencial quanto sorrir e mesmo assim fica uma sensação de "não podemos falar sobre isso" toda vez que alguém toca no assunto. Temos que nos preocupar sim e dividir tudo o que for bom!

Ninguém gosta de pisar na merda e quem vê merda a frente, normalmente, avisa o descalço distraído. 

Quebrar tabus é uma forma de preservativo para preservar quem é ativo!
Mas e no cu? É tabu?
é algo ou alguma coisa que se evita por temor e desconhecimento. Reflexo de falta de maturidade e de individualismo.
A solidão , hoje em dia, é um tabu. ninguem quer ficar sozinho, temos medo de assumir a solidão e portanto, a evitamos.

outro tabu, clássico: sexualidade feminina. A mulher não pode dar livre vazão aos seus instintos sexuais.

Ex: " A sexualidade, o sexo, é algo muito natural;entanto, existe um tabu em torno da sexualidade, especialmente a feminina. "

domingo, 19 de agosto de 2012

Resolvi atirar!


Cansei de dar tapas na cara da sociedade!
Carreguei minha arma e fui à luta.Com as minhas munições especiais, é claro!

Quando optamos por viver intensamente, nos rendemos: não há tempo que não dure o suficiente, não há colo que não acalente, não há sonho que não valha a pena viver. Arrependimento, medo, receio, já não permanece! Não que não há, mas a opção que fizemos nos obriga a viver a equilibrar tudo aquilo que pesa. Ou seja, se apegou, desapegue; se ganhou, doe; se perdeu, celebre a vitória do oponente; se ralou, tire casquinha; se sorriu, esteja preparado para não sorrir mais; se não está sorrindo, prepare-se para sorrir a qualquer momento.

E dentre os meios que temos de viver, escolher só cabe a nós.

A insensatez humana sempre traz a tona nossa insegurança: "Será que é isso mesmo?".
O sim é tão valioso quanto um não, desde que a resposta venha do que você sente.
Mentir para si mesmo sempre foi a pior mentira! É só quando somos verdadeiros com nossos sentimentos, pensamentos e motivações, que, de fato, vivemos intensamente.

Viver intensamente é bem relativo. Sem aquela história de "Sexo, Drogas e Rock'n'roll", Libertinagem ou "Paz e Amor", ou talvez seja toda essa história mesmo! Mas que fique claro que intensidade não é o maior número de coisas vividas em um prazo curto de tempo.

A intensidade está ligada com a força dos acontecimentos e não com o seu tempo.

Escolhi amor, verdade e algumas flores pra praticar a intensidade!
Estou sendo tão abençoada por minhas escolhas que o sentimento de paz e felicidade estão permanecendo mais que qualquer outro.

Sinto umas saudades intensas, é claro, mas esse também parte é da minha opção.

Por aqui tudo está muito lindo! Talvez por que eu não consiga ver diferente, talvez por que eu esteja trilhando um caminho onde só cruzo com pessoas que não me fazem pensar diferente, talvez pelo simples fato de ser belo.

Só sei que é tanto amor que sai da minha arma que ela chega a assustar!

Pra finalizar eu deixo um apelo: se alguém mirar uma arma de amor carregada de flores, não reaja, se renda de verdade antes que o ladrão fuja com medo de tua pouca fé na intensidade que uma flor pode ter.

sábado, 4 de agosto de 2012

Quem criou a propriedade privada?

Privada de que?

E se eu fizer uma cerca em torno de um terreno? Posso falar que é meu?
E se dentro desse terreno eu jogar alguns animais, poderiam eles trabalhar pra mim?
Já sei! A partir de hoje construo uma cerca ao meu redor e de meu amado, aquele único amado, então faremos família, meus animais trabalharão para mim e nada nos faltará.

Nos?
Nos de nós? Mas nós quem? Aliás, quem atou esse nós?
Ou melhor, o que é nosso deixa de ser meu? E o além da cerca, de quem é?

Privada pra mim é sinônimo de merda.

Eu tava aqui pensando, até quando? Até quando nossos valores serão medidos de acordo com o que temos? Dinheiro é papel colorido. Dinheiro não se come e nem traz felicidade. E a piada de "Se dinheiro não te traz felicidade, me dá o teu?" você enfia no teu cu.

Tô irritada, mas pacificamente irritada.

É tanta etiqueta, tanto protocolo, que o amor ficou envergonhado.
É tanto rótulo, tanto nome de marca, que a autenticidade é coisa rara.

Então quando opta-se por ser puro, opta-se por não querer se aproximar do que é privado, nem ser, nem matéria, nem pensamento.

Estou hippie demais pra minha sociedade moderna e esse é um grito que eu dou em solo americano: MAIS AMOR POR FAVOR!

Quando comi hoje pensei, em quantas pessoas não tem o que comer.
Quando tomei banho hoje, pensei em quantas pessoas não tem água nem para beber.
Quando me cansei hoje, lembrei que tenho uma cama quente e que só me canso por posso trabalhar.

O que sinto é puro, é paz, inocente, não mais ingênuo.
Não quero mudar o mundo mas não vou me contentar com o como ele estar.

Ser feliz não é não ter problemas e aborrecimentos, ser feliz é não deixar que esses problemas e aborrecimentos te façam perder as esperanças.

Se tempo fosse dinheiro, o troco do meu pão me daria alguns segundos a mais de vida.
O dinheiro está corroendo o que há de mais sagrado e o tempo está desintegrando as certezas que o dinheiro poderia nos dar.

Chute as cercas do teu terreno, sirva aos animais que compartilham do mundo com você por amor, faça de tudo e todos a sua família. Não há como se preocupar com  que está além da cerca quando ela já não existe mais.

Construa pontes não cercas.
Ame e pare de comprar!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Ligação essencial

Uma ligação maternal.  A ligação essencial para a minha vida!

Entre contradições, brigas, carinhos, tapas, sussurros e berros, o que predomina é o amor. Estou falando da minha mãe. Nós sabemos que o amor sempre vence, né mãe?

Eu quero fazer isso, dali dois minuto quero outra coisa, em um quarto de idéia já nada mais quero.

Mas minha mãe, no fim dos segundos, sempre lembra que sou assim, mas sempre confia que não é por mal.

Ao telefone eu disse "Ahhhh, mãe, desiste! Não vou conseguir juntar dinheiro, é só eu ganhar um pouco a mais que saio distribuindo pra quem precisa!" e ela respondeu "É, Rafaela, agora que eu tô começando a entender!". Linda! Mesmo depois de me aguentar 20 anos, ela ainda se preocupa em entender.

Minha mãe é sagrada! É uma eterna professora, até as coisas ruins, aliás, talvez foram essas as que mais me ensinaram.

Lembro de um dia que estávamos de mudança e com o carro cheio de coisas e minha mãe parou o carro, se não me engano, na Avenida do Estado, sem dizer nada desceu do carro. Eu não entendi direito o que estava acontecendo por que lembro de estar cansada da mudança, mas lembro claramente da minha mãe carregando uma mulher que estava deitada no meio da avenida para a calçada e voltando no carro pra fazer um sanduíche para entregar para a senhora. Então quando partimos em direção a nova casa perguntei alguma coisa pra ela sobre o que eu tinha acontecido e ela deu uma resposta simples "Ela não estava bem filha, estava precisando de ajuda!", não foi nada muito explicativo mas ao mesmo tempo foi o suficiente para me fazer entender tudo, minha mãe ama, eu não precisava perguntar mais nada.

E no telefone eu falei das coisas que eu fiz e deixei de fazer e minha mãe disse "Só você mesmo Rafaela!", mas acho que na maioria das vezes que ela ouve minhas aventuras ela esquece dessas aventuras tão admiráveis que eu presenciei nesse tempo que tive o exemplo de um Rocha.

Lembro da primeira vez que fiz Abraços Grátis, na volta pra casa, toquei a campainha do consultório dela e narrei toda a história, como de costume, a resposta, "Só você mesmo!". E sempre que escuto essa frase eu dou um sorriso e tento imaginar como seria se fosse sem ela, nunca seria só eu mesmo!

Hoje tomei uma decisão que só eu mesma poderia tomar.
Vou estender o meu intercâmbio em mais seis meses.

Estou bem, estou me encontrando cada vez mais e ficando cada vez mais forte.
E o forró? E o Brasil? E meus amigos? Família?

Olha, sinceramente, amo o Brasil e a minha vida ai, mas não posso.
Não posso parar de amar por não estar na minha zona de segurança, ainda não distribui o número de abraços que gostaria de distribuir por aqui, minha marca de tinta ainda não pintou muito do território americano, meus olhos ainda não enxergaram coisas o suficiente para satisfazerem a minha inspiração.

Não tenho país, eu tenho um mundo.
Não tenho casa, sou um lar ambulante.
Não tenho apego, transformei em amor.

As saudades, virou arte.
O choro, virou riso.
O silêncio, virou canção para os meus ouvidos.

Não vu falar que está sendo fácil estar tão longe, mas ninguém disse que seria. Mas confesso, está sendo delicioso estar aqui sentindo todos tão pertinho de mim. Mal sabem vocês, mas são por você, que me lêem, que me interpretam, que me acompanham, que eu sigo. São por vocês que eu sou só eu mesma.

Hoje perguntei se minhas crianças gostariam que eu ficasse mais tempo aqui e a resposta deles não poderia ser mais positiva.
Hoje eu me perguntei como alguém pode olhar o sorriso de uma criança e não sentir-se plenamente feliz automaticamente.
Hoje eu agradeci por poder servir dois pedacinhos de sagrado, um com 6 e outro com 8 anos. Damos risada juntos, vestimos narizes de palhaço juntos, pulamos na cama juntos, comemos juntos. Corto e lixo as unhas deles, faço massagem nas costinhas de dois palmos de comprimento desses seres abençoados, preparo cada comida como se fosse para uma banca de jurados de gastronomia, acordo com carinho na cabeço e dou boa noite com beijo na testa.

Ontem tive uma conversa maravilhosa com a minha mãe por telefone, hoje dei risadas altas com as minhas crianças e amanhã provavelmente continuarei sorrindo por acontecimentos tão abençoados nesses últimos dias.

Escrevo coisas soltas hoje, pois não poderia ser diferente se é assim que me sinto, livre, sem pretensões, cheia de idéias e pensamentos simultâneos sobre amar.

Com mais amor do que com saudades,
sinceramente,

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O teu medo de ter medo!

- Are you going by yourself?
- Yes, I am.

Foi esse meu último diálogo antes de pegar o ônibus para Nova Iorque nesse sábado. O motorista perguntou se eu estava sozinha e eu respondi feliz "Sim, sozinha!".

Confesso que se fosse há uns 2 anos atrás eu estaria preocupada, mas nunca estive tão bem acompanhada!

Para estar bem acompanhado se estando sozinho é necessária muita experiência em estar junto.

Tive dois dias incríveis em NYC e depois de hoje eu vi o quão terrível o medo de fazer alguma coisa pode ser, o medo de ser reprovado.

Meu mais novo competiu em um campeonato de natação pela primeira vez. Sim, a primeira vez. Ele nunca havia competido antes por medo de perder. Com muita conversa e apoio, o convencemos a deixar o medo de lado. Então, tudo terminou com sorrisos, ele ficou em quarto lugar entre seis crianças. Mas isso foi o de menos. O que contou de verdade foi o medo que morreu afogado no instante em que ele pulou na piscina.

Eu ia escrever um texto enorme, mas vou ser curta e objetiva, assim como as coisas aconteceram nesse final de semana em NYC: deixa teu medo pra lá! Ame, dance, grite, fale, cante, corra, viaje, estude, trabalhe, trepe, faça amor, diga a verdade, seja você, volte atrás, siga adiante, seja gentil, haja como se ninguém pudesse te julgar, até por que ninguém pode, mas poucos sabem disso.

Adiamos nossos sonhos por medo de ser muito cedo, antecipamos o que nos traz uma falsa segurança em busca de certeza nenhuma, enquanto isso o tempo passa e já não volta mais.

Por isso, não tenha medo, não tenha culpa, não se arrependa.

As coisas acontecem simplesmente como devem acontecer, tudo na vida é aprendizado!

Ame,
ame e
ame um tiquinho mais.

Um abraço apertadíssimo a quem chegou até aqui,
de quem ama e sente saudades mas sem medo de ser feliz!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sobre namoro, apego e as responsabilidades do Pequeno Príncipe!

Acho que quem me conhece sabe que sinceridade é uma das coisas que me caracterizam.
É, é, isso mesmo.

Sinceramente?
Estou farta.

É, é, isso mesmo.
A Rocha dividiu tanto sua paciência que virou grão de areia no fundo do mar.

É tanto blá, blá, blá, tanta cupa cristã, tanta prestação de conta, que a felicidade é deixada de lado. O namoro deixou de ser uma aventura onde descobrimos o lugar onde quem amamos sente mais cócegas para ser uma mera posição social.

Quando aceito namorar com alguém, costumo dividir meus desejo quanto a nossa relação: esse é um ensaio para o nosso casamento. Calma, não precisa se espantar! Alguns grupos de teatro ensaiam por anos e mesmo assim não estreiam sua peça, não precisamos casar se o ensaio não der certo. Nossos corpos serão turistas um do outro, vamos descobrir cada parte de nós e dividiremos os lugares mais secretos. Cada conversa será uma descoberta, cada gesto será especial, cada flor deverá nos fazer sorrir, cada manhã juntos será um bom dia, cada palavra e sentimento serão sinceros, sem mentiras, sem apego. Quero que fique bem mesmo longe de mim e que se ficar feliz nos braços de outro, lembre da nossa sinceridade, me conte para que eu aprenda a continuar respeitando a sua felicidade e fazê-la dela o suficiente para me fazer feliz também.

Apego besta esse de achar que só somos felizes se possuímos! Estamos tão preocupados com a aliança no dedo que esquecemos do significado da aliança que só duas pessoas podem ver. Queremos tanto dormir abraçados com alguém que esquecemos que no dia seguinte acordar com um sorriso no rosto para desejar um bom dia é tão fundamental quanto o pé do seu parceiro foi para esquentar teus próprios pés no frio de quem dormiu sozinho na noite anterior. Estamos tão apegados a sermos responsáveis pelo que "possuímos" que esquecemos de continuar cativando-os.

Quando Saint-Exupéry "Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas" acredito que ele estava falando de amor e não de apego. Até por que, existe uma parte onde ele fala muito bem sobre o apego, sobre a possessão que existe no apego, quando o Pequeno Príncipe encontra o Contador de Estrelas, segue um pedacinho:

" - O que fazes tu dessas estrelas?
  - Que faço delas?
  - Sim.
  - Nada. Eu as possuo.
  - Tu possuis as estrelas?
  - Sim.
  - Mas eu já vi um rei que...
  - Os reis não possuem. Eles "reinam" sobre. É muito diferente."

Reinar ou possuir? Cuidar ou contar? Cativar ou administrar?

Estamos tão preocupados em dar nome aos bois e donos as propriedades que esquecemos de respirar.

Então você conseguiu juntar 832392830912 estrelas mas os teus olhos estão tão cansados de contar que não conseguem admirar o brilho delas. Preocupamos-nos tanto em ser fiel a um contrato que esquecemos do por que aceitamos assinar os papéis.Assim como esquecemos em qual números paramos de contar, amar cai em um esquecimento banal de quer preferiu possuir a contemplar.

Se o contrato foi quebrado, se perdeu a conta das tuas estrelas ou se mais uma vez o seu namoro não durou mais de 5 meses, fica bem, o importante é ser fiel aos teus próprios sentimentos e princípios.

Não. Não sou a favor de traição. Com a sinceridade que tenho, não caberia!
Mas sou a favor da liberdade. É, eu ainda acredito que a única coisa que nos prende é a liberdade!
E só quem experimenta a sinceridade e contemplação sabe o que é liberdade a dois.

Hoje me dividi de areia para arcar com a minha responsabilidade de confortar os pés sozinhos dos que se banham no mar, devo assumir que pisar todo dia em rocha dura deve machucar.

Mas rocha também ama e a Rafaela Rocha aprendeu a dividir só pra poder cativar.

Que essa semana dê espaço ao amor,
abraço de quem ama muito.





sábado, 7 de julho de 2012

Quem roubou nossa coragem?

Joelhos ralados, troféus.
Uma queda inesperada, motivo de risada.
Um roxo no corpo, sinal de policia e ladrão e móvel no meio do caminho.

A gente cresce, os roxos somem, nosso equilíbrio já está mais aguçado e os ralados já não ardem mais. E com essas marcas da infância ficou a coragem de quem já teve uma alma livre de julgamentos.

E o medo de errar assassinou nossa inocência.

É tanta hipocrisia que já não se molha na chuva, já não pula mais no rio, não se dá bom dia, não se ama.

E todas essas formas de privar o sofrimento de nada servem se não mais alimenta-lo.

Ninguém mais consegue ser sincero,ninguém mais consegue sorrir.Ser sincero pode magoar,sorrir pode iludir.

Estamos na era da mentira, uma aqui outra acolá... Magoar, iludir? Mentira não faz isso! Lembra a história de se privar de sofrimento? Foi ai que a mentira teve lugar. Difícil é afirmar se a mentira veio quando o ser humano perdeu a coragem ou se a coragem se perdeu quando o ser humano começou a mentir.

Queria deixar claro que eu minto!E assumo publicamente: EU JÁ PERDI BOA PARTE DA MINHA CORAGEM!

Até pouco tempo atrás me vestia de social, pegava ônibus de segunda a sexta, trabalha como um ser humano comum, pagava aluguel, comia, cagava, bebia, trepava, hora ou outra me permitia rir em público, hora ou outra um eu te amo escapava! Era agonizante estar rodeada de gente, tinha que fazer de conta o tempo todo que eu era mesmo assim: normal.

A parte que me restou de coragem se libertava em casa, quando eu estava sozinha ou com mais uns poucos corajosos: o LP rolava na vitrola, eu pintava o meu colo e carimbava no papel, eu batucava e inventava qualquer letra, cozinhava cantando, eu tinha prazer em organizar as minhas roupas de modo que as cores do meu guarda roupa ficassem em equilíbrio, brincava de quatro com meus gatos. Então, já era novo dia, outro dia de esconder o resto de coragem e ser normal.
Só pra esclarecer, o normal a que me refiro não é o que eu realmente acho normal, o normal a que me refiro pra mim é a falta de coragem. Por exemplo: gente normal tem medo de errar, gente normal normalmente mente!

Sempre sorria internamente quando alguém falava "Rafaela, você é muito sincera!" ou "Mas por que você
falou isso? Tem certas coisas que a gente não divide!". Sorria um sorriso de quem estava feliz com a sua criança, com os seus erros, com a sua sinceridade. Sorria por que no fundo eu sabia, antes ser sincera a não poder ser sincera quando falar "eu te amo", amar engloba sinceridade, respeito, altruísmo lembra? E se a verdade machuca é por que um dos dois perdeu a coragem, ou o que falou usou a sinceridade de má fé ou o que escutou perdeu a coragem de levantar-se depois de cair.

E mesmo enamorada da minha sinceridade, foi o pouco da coragem que me restou quem me ensinou a mentir!

Mas pode respirar tranquilo, não vou mentir pra você, vou ser sincera: eu minto quando digo que está tudo bem, que estou numa boa, que acho o mundo normal, que não estou inquieta!

Enquanto eu ainda não posso cortar meu cabelo em praça pública, viver sem ter que vender meu corpo para as potências financeiras ou dizer eu te amo para um desconhecido sem ser taxada de louca, eu vou continuar dividindo minha coragem, que mesmo pouco ainda é o suficiente, aqui.

Aqui.
Aqui eu não sei mentir!A cada texto é como se eu descobrisse minas de coragem dentro da minha mente, a cada texto eu cutuco um roxo ou tiro uma casquinha.
É pra encontrar coragem que a rocha divide.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ensaio sobre a cegueira

Funny, isn’t it? Estou nos Estados Unidos sem energia há 3 dias, está é a tarde do quarto.
Quando liguei para minha avó e mãe, para avisar que eu tava viva, ambas se surpreenderam que, SIM!, a energia também acaba do lado de cá. Confesso que no começo também fiquei surpresa, mas posso falar? A merda de todo mundo fede igual.

Alimentos estragando na geladeira que não tem como funcionar, o ar condicionado que já não há nos convidando a uma sauna eterna no calor de 40º do verão americano, todos indo dormir quando a luz do dia cessa e acordando junto com o raiar do dia.

Esses últimos dias nossa intimidade cresceu mais do que teria crescido em um ano se a energia não tivesse falhado. Sim, os EUA falha. Tive a companhia de dois homens maravilhosos na minha cama essa noite: o menor e o maior. Um deles caiu da cama no meio da noite e eu quase tive um treco! Já o outro teve um treco que durou a noite inteira, chutando, se esticando e empurrando suas companhias na minha cama de casal! Hehehehe...

Eu podia estar sofrendo muito, sério. Nesses três dias tive idéias e mais idéias de textos, mas hora o computador não ligava, hora a luz do dia não estava presente para que eu escrevesse em algum papel.

Resolvi passar o tempo maior com a minha host family, ajudando a limpa a geladeira, fazendo arte com os meninos, acompanhando-os em todas as refeições fora de casa. Aproveitei pra reparar em muita coisa que ficou mais clara no escuro.

Estou lendo um outro livro do Patch Adams: “Gesundheit!”. Esse livro conta sobre o seu projeto de Hospital/Comunidade e fala bastante sobre política e sobre o capitalismo americano.  Algumas partes do livro, isso que não estou nem na metade ainda, me fizeram pausar a leitura por uns momentos, quase chorar, pensar por mais uns momentos e continuar a leitura. Sempre por dois motivos, a semelhança enorme que existe entre o projeto do Patch e tudo o que pensei sobre o Abraço Grátis e pela situação, não só da medicina mas também da sociedade, mundial que vivemos.

Conversei um pouco com o meu host dad sobre a situação da saúde nos EUA. Tem um documentário que já fala disso, sobre como funciona o bussines da saúde. Assim que eu lembrar o nome indico aqui pra vocês!

“Aqui é um exemplo exato de capitalismo, você pode ter tudo, tudo mesmo, o melhor carro, cursar a melhor faculdade, ter ar condicionado na sua casa, as melhores roupas, mas precisa fazer as escolhas certas. Se você não tem o que comer ou não tem um bom emprego, o governo não vai se preocupar com você! Então você trabalha muito para ter as suas coisas. Aqui é o pior país para ser pobre! O que o Obama fez pela saúde foi criar uma lei onde o seguro de saúde é obrigatório, ou seja, você tem que ter um seguro de saúde ou sua empresa tem de pagar pelo seu seguro, do contrário você ou a empresa recebe uma multa. E se você não tem dinheiro e vai para um hospital, eles não vão te tratar. Por exemplo, se você tem uma fratura, eles vão estancar o sangue, para que você não morra por hemorragia, mas não vão tomar todas as providencias necessárias se alguém não pagar. Já tentaram implantar um sistema de saúde público aqui mas as pessoas que pagam por taxas e por seguros não querem que suas taxas vão para pessoas que não pagam um desses ou os dois, então por mais que os políticos tentem uma mudança no sistema de saúde, a própria sociedade não aprova essa mudança!”

E foi com um sorriso de decepção, desespero e sem solução que meu chefe me contou tudo isso. Meus chefes são especialíssimos, eles tem um elevado nível de humanidade nessa terra de tanta hipocrisia e patriotismo.  Fui abençoada! É engraçado estar vivendo essa situação.

Acho que há duas semanas, fui no colégio dos meninos e passei em frente a uma sala de música, fiquei maravilhada, tinham muitos instrumentos, tudo muito inteiro, limpo, bem cuidado, bem organizado. Falei com a diretora, pedi pra conhecer a sala e ela pediu que eu voltasse no começo do ano letivo deles, em Setembro, assim além de conhecer a sala poderia assistir uma aula e quem sabe me voluntariar para dar assistência a professora de música. Fiquei com isso na cabeça e pensei em mil coisas. A primeira delas é que sem dúvidas devo voltar lá em Setembro, hehehehehe... Mas uma das coisas que me incomodou foi a diferença das escolas públicas no Brasil, então resolvi aproveitar a conversa e a falta de energia elétrica pra dividir com o meu chefe. Mais uma explicação sobre o que eu acreditava ter visto por ai:

“Não, não, Risa! A grande maioria das coisas que tem naquela sala são compradas pelos pais das crianças. Sabe o parque do bairro? Então, o governo até ajuda, mas com muito pouco, daí nós nos juntamos, orçamos, colocamos uma meta e realizamos o projeto.”

Ahhhhhhhhhhhhhh, tá!

E eu repito a sábia frase de Saramago “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara!”

E em meio a tanta escuridão, enxerguei muita coisa. A política americana e a situação mundial foram só duas delas. Acho que o que mais importou de fato foi ter enxergado além da barreira dos olhos.

O que é realmente verdade se não aquilo que nós vivenciamos até hoje? Como acreditar que tal nação é isso ou que aquele sentimento é puro e verdadeiro. Sentir mais e trocar o sobreviver pelo viver faz toda a diferença.

Acrescentando a sábia frase: se reparou, reflita, cale-se e aceite que cada olho enxerga de acordo com a sua própria perspectiva.

Tenho vivido experiências singulares e tento passar o máximo de aprendizado possível por aqui, mas o que são minhas palavras se não imagens?

A única coisa que posso desejar é que esses olhos que me leem agora vejam e reparem: nunca se viu o bastante para julgar-se suficiente e nunca não se viu o suficiente para julgar-se vazio. Nossos olhos só enxergam o que nós mesmos queremos ver.
Um abraço cheio de energia,
eu amo você! 

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Café na cama, eu gosto...

Aqui, tudo tem ido bem.
E as pequenices continuam germinando uma porrada de acontecimentos

Um exemplo:
Estava eu correndo em torno do Patomic River, um rio super bonito, aqui em DC. Não vi um pequeno desnível na calçada, estava cantando "R-E-S-P-E-C-T!" com a Aretha Franklin em um segundo e no outro freiando toda a velocidade com que minha cara daria com a chão com as duas palmas das mãos e meus queridíssimos joelhos. Fiquei de quatro no ato, então aproveitei para sentar e rir, afinal, chorar não ia estancar o sangue. Eu levantei e continuei a correr. Então pensei "20 anos nas costas e tropeçando na calçada, o pior é que eu já fiz isso andando. Pode? Não, não pode. Quer dizer, eu consegui fazer isso! Hahahaha... Ê, Rafaela! Nossa, tá ardendo! Tá. O carro tá mais perto que antes, já, já, tô em casa. Pensa em outra coisa. CANTA! Isso, canta que passa mais...", quase me ralo de novo! Mas dessa vez minha perna foi mais rápida e me parou antes que o chão me fizesse. Resolvi voltar andando mesmo.

Hoje, depois de lavar um ralado mais fundo que o oceano (dramática), ir na farmácia passar álcool nele achando que era água boricada antes de enfaixar e lavar meus belos cabelos com o raladão, tava lembrando de outra pequenice que também me marcou, mas essa foi muito prazeirosa.

Outro exemplo:
Há um tempinho atrás. no final de 2010, fui visitar um amigo. Minha vida tava uma bagunça, eu tava desempregada, mas tava bem feliz, só pra variar. Passei três ou dois dias com ele! Foi entre o Natal e o Ano Novo. Engraçado tentar descrever o sentimento que sinto por ele, mas eu me contentei em apenas viver aquele momento.Jogamos xadrez e conseguimos empatar, comemos polenta e mandioca em uma casa de churrasco em respeito ao meu vegetarianismo, jogamos sinuca, passeamos pela cidade, vimos um filme lindo, então dormimos. Acordei, acordei coberta de amor, um sorriso inocente, olhinhos que brilhavam mas que o sol daquele dia e café na cama! Uma simplicidade tão cheia de amor que fazia parecer coisa de Hollywood! Mas era vida real, de dois anormais. Uma que vai viajar com a vida mais embolada que lã de gato e outro que leva café na cama sem segundas intenções.

Desses dois acontecimentos pra cá, tenho estado atenta para as pequenices. Aprendi a olhar para o chão e a preparar um café da manhã temperado de amor, simplicidade e respeito.

Tudo poderia ser diferente na minha vida, mas não foi, graças a pessoas iluminadíssimas, como ele, querido e eterno amado, e as pedras do caminho. Nas palmas das mão ainda estão as cicatrizes e no meu coração o gosto gostoso daqueles dias.

Que todos aprendam essas magias da convivência, não importa se amigo, amante, irmão, desconhecido, que nossas pequenices germinem o amor. Amar é de graça, faz bem a saúde, rejuvenesce, melhora sua vida profissional e sentimental, é parte da inteligência... Cabe todos os benefícios aqui? Só para finalizar, amar nos dá a capacidade de aprender marcando nossa alma de sentimentos bom, diferente das marcas que temos pela nossa falta de atenção.

Divido um cordel, que me cativa tanto quanto fui cativada por quem dividiu ele comigo, sempre que me dá saudades, recorro as pequenices que me fazem lembrar docê!


Ai Se Sêsse - Zé da Luz

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse



Ahhhh! E pra quem quiser cantar com a Aretha... =)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Aperte o play antes de ler!



Fui em uma apresentação, há duas semanas, do Raul Midon, este queridíssimo do vídeo!
No show dele eu chorei e arrepiei algumas vezes.

Antes de ele começar a tocar essa música, ele disse:

"Um dia, eu estava em casa e resolvi fazer um reggae. Então pensei 'Por onde começar?', então fiz uma base, mas pensei 'Ok! Muito bom, muito bem, mas falta algo!', então comecei a pensar um uma pegada de reggae e resolvi praticar, afinal, isso não é tão fácil, ficou assim"

Ele então, começou a tocar, perfeitamente a música, sem a letra, a base, que normalmente seria feita em um baixo, e a melodia, que seria feita por um outro instrumento, uma guitarra ou violão, no mesmo violão elétrico, então ele continuou a tocando e prosseguiu com a história:

"Meninos! Quando eu vi que o reggae tinha saído, esqueci de toda a minha humildade e pensei comigo mesmo 'Meu Deus! Isso foi incrível! Raul, você é demais!', muitas pessoas diriam 'Raul, você é um gênio!', mas querem saber a verdade? Não tem nada a ver com ser ou não um gênio, só consegui chegar aquele resultado depois de praticar muito. Mesmo assim, não era o suficiente, ainda faltava algo: uma letra! Então comecei a pensar em uma letra, feito isso resolvi colocar tudo junto e ficou mais ou menos assim."

Então,  para a surpresa de todos, quando ele começou a tocar perdeu a base e sua voz saiu do tom. A platéia começou a rir, e ele também. Então ele completou:

"Como eu nunca fui um 'Gênio' eu resolvi praticar, afinal, isso nunca é demais! Espero que gostem."

Acho que este vídeo está suficientemente a altura da qualidade da música que eu ouvi aquele dia, mas eu posso afirmar que ao vivo é muito melhor.

Tenho ouvido muitas reclamações, aborrecimentos, muita tristeza, muitos problemas, e não me tiro dessa. Confesso que essas semana foi muito difícil para mim, deu saudades, me perdi nas milhões de coisas que ainda quero fazer, comi doces veganos que nem uma desesperada. Mas são poucos, POUQUÍSSIMOS, aqueles que tomam uma atitude diante a um insatisfação.

Meu plano é ser sempre melhor, eu ia escrever "mas como sou humana..." para justificar as vezes em que não consigo ser, mas isso seria me acomodar. Minha condição humana é só um caminho para a minha evolução e não uma desculpa para justificar a dificuldade de evoluir. Ninguém disse que seria fácil e sempre que é fácil, nossa mente automaticamente inventa mil problemas para dar mais emoção a vida. O que torna todas esses obstáculos cotidianos prazerosos é o por que deles, a motivação. Buda, Krishna, Jesus Cristo, todos passaram por dificuldades e por provas diárias para testar a sua evolução, mas é a vontade de ser uma pessoa melhor, é pelo amor ao próximo, pela entrega, disciplina, dedicação e resignação, que esses seres iluminadíssimos continuam a contribuir para a nossa evolução até os dias de hoje.

Imperfeição não é ter defeitos, mas aceitar que eles sejam sempre os mesmos. Qual o sentido de continuar vivendo sem transformações? Qual a diferença que você quer para você, para os que te rodeiam?
Qual é a desculpa agora para não ligar para um amigo, não visitar sua avó ou não ajudar a carregar as compras do mercado? Qual o tamanho do muro que dividi a sua casa do resto do mundo para você não conseguir dar nem um "Oi!" para uma pessoa na rua?

Raul Midon, em sua condição humana, é cego, mas isso é apenas um detalhe que, talvez, alguns que não o conhecessem antes desse texto não perceberiam se eu não tivesse falado. Sua condição humana não foi mais importante do que o amor que ele sentia pela arma que ele tinha para transformar o que o incomodava. Então agora eu repito:


Imperfeição não é ter defeitos, mas aceitar que eles sejam sempre os mesmos. Qual o sentido de continuar vivendo sem transformações? Qual a diferença que você quer para você, para os que te rodeiam?
Qual é a desculpa agora para não ligar para um amigo, não visitar sua avó ou não ajudar a carregar as compras do mercado? Qual o tamanho do muro que dividi a sua casa do resto do mundo para você não conseguir dar nem um "Oi!" para uma pessoa na rua?

"This prison is of my on invention!"
(Essa prisão é de minha própria invenção)

O que te prende a imperfeição?

Grande beijo e um abraço cheio de saudades,
uma semana iluminada!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Só não preciso de você por que te amo!

Agora, escolher estar ao teu lado, já são outros 500.

Nota: estar ao teu lado não é estar na mesma casa, bairro, cidade, estado, pais, continente. Estar ao teu lado é participar, manter-me responsável, lembrar da sua importância para que eu continue não precisando de você.

Outro dia eu tava me olhando no espelho. Antigamente eu não gostava de posar de perfil para uma foto, tinha um complexo danado com as minhas orelhas. Esses dias, reconheci essas orelhinhas de abano no meu sobrinho. Tia e sobrinho com orelhas cheias de charme e personalidade. Nunca senti tanta vontade de mostrar minhas orelhas. Sabe o que é? A gente aprende a amar aos poucos. A saudades dói, mas meu sobrinho tá tão lindo, tá crescendo, tá forte. É um amor de tia tão gostoso! As opções: são sorrir pra ele na webcam e falar aqui o quão apaixonante é o olhão dele quando ele abre um sorriso ou me lamentar por tamanha distância. Não estou perdendo uma fase do meu sobrinho, estou passando por uma fase que acredito que me fará uma pessoa melhor para o meu sobrinho. É por isso que o amo, minha saudade (que é bem grande, diga-se de passagem) é menor do que o amor que sinto e a vontade que esse amor alimenta de eu me tornar uma pessoa mais doce, mais sábia, mais paciente.


Outro dia um amigo comentou quando eu falei que achava difícil eu casar: "Deve ser entediante passar o resto da vida com você!". Não bebo, não fumo, não como carne, nem leite eu bebo. Acho importante confessar que eu ainda faço um LOVE! Hahahaha... Mas, sinceramente, acho que não seria TÃOOOO entediante assim, vai! Pra mim, entediante mesmo seria ter de fazer de conta que amar é aceitar o que não te traz felicidade só por que a sociedade diz que 30 anos já passou da hora de casar. Quando moramos sozinhos por um tempo, nos acostumamos com o ambiente que construímos. Fui abençoada com o Siriema, um espaço com muito amor, arte, sem vícios. A paz reinava. Escolhi escolher um lar sem crueldade animal, onde o tédio eu transformo em melodia ao invés de esconder em uma lata de cerveja. Se eu for casar, quero que minha TV quebre e que eu só perceba no dia que minha vó quiser assistir a novela lá em casa. Se um dia eu me juntar, quero gatinhos dormindo no pé da cama e dançar juntinho com um LP rodando tortinho na vitrola. Se for pra juntar as escovas de dentes, quero juntar os pés nas noites frias, as idéias quando o silêncio estiver pedindo um arrego e os braços quando os corpos suplicarem por abraços. Bilhetes de "Amo você" dentro do sapato, café da manhã na cama e flores no nosso quarto, também. E esses não são pedidos, mas ofertas sinceras. Não sei se isso é entediante, mas essa sou eu. Sou eu por que te amo e só é por que te amo que aprendi a me amar e dar valor a essas simplicidades simplesmente plenas. Te amar não seria possível se eu não tivesse me re-conhecido assim: orelhudinha, vegana, apaixonada por música alta, conversando com meus amigos enquanto cozinho, careta, com um sorriso fácil, com (a)braços abertos e gratuitos. 


Outro dia me peguei andando no meio do caminho em direção ao amor. Não bebo, mas tô do lado de quem bebe. Falo palavrão, mas estou do lado de quem não fala. Estava em uma mesa onde meu prato era de salada e o do meu vizinho uma costela de boi. Fiz trabalho voluntário com veganos ativistas já fazem anos. Fui em um churrasco. Participei de práticas yogis extremistas. Nem lá, nem cá. O amor que sinto sinto do meu ponto de vista. O extremismo (ou não) que você enxerga são outros 500.


Hoje, já não quero provar nada pra ninguém. Hoje, outros pontos de vistas já não me fazem diferença. Hoje, aprendi a falar SIM e NÃO.

Me amo e me respeito, assim como sou.
Te amo e te respeito, assim como tu és.

Prefiro dar valor as nossas semelhanças, mas não ignoro nossas diferenças, afinal, são elas as principais fontes de aprendizado, de compaixão, de paciência.

Estou sorrindo mesmo de longe, mas não seja tolo. Essa é uma boca cheia de amor por você!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dona de casa coloca o lixo pra dentro!

"'Não vejo sentido em colocá-lo do lado de fora da casa, o lixo fui eu quem produzi o lixo? A responsabilidade não é minha? Do meu lixo cuido eu!' foi o que R.R. disse quando questionei sobre sua atitude. Enquanto eu tentava qualquer tipo de explicação racional para tamanha falta de normalidade, R.R. parecia se irritar.
O fato ocorreu na tarde de hoje, em nossa pacata cidade. Foi as 11 da manhã, horário em que o caminhão de lixo passa pontualmente todas as sexta-feiras: uma das vizinhas notou que o lixo da casa 1807 não estava lá! Preocupada com as responsabilidades que não cabia a ela, a vizinha chamou a outra vizinha, que chamou a outra, que chamou a outra. O caso foi grave! Então decidiram tocar a campainha. Segundo relatos, R.R. abriu a porta normalmente e a conversa entre vizinhas seguiu:

R.R. - Boa tarde!
Vizinhas - Boa tarde...
R.R. - Está tudo bem na vizinhança? Vocês estão precisando de algo? Posso ajudar?
A primeira vizinha a notar o ocorrido - Olha, R.R, eu estava regando minhas plantas no quintal e notei que alguém roubou seu lixo!
Vizinha que soube depois - Sim... Decidimos te avisar, afinal, podia haver algo importante nele, talvez...
R.R. - O que?
Qualquer outra vizinha - É um absurdo, nós sabemos, mas viemos oferecer nossa sincera...

A porta se fechou abruptamente e até então tudo era mistério. Preocupadas com a situação da pobre R.R. e a favor da política da boa vizinhança todas decidiram que o melhor a fazer era notificar a polícia, que notificou o estado, que notificou a imprensa, que agora vos notifica. Pouco mais tarde que a tentativa frustrada das vizinhas, nossa equipe conseguiu um contato mais próximo mais mesmo assim não muito explicativo. Ao que parece, de acordo com o Médico Doutor em Doenças Mentais dos Tempos Modernos, R.R. é vítima de uma doença rara onde a pessoa cai em depressão profunda e ignora qualquer tipo de relação social normal indo contra todas as leis de boa convivência ou que possam ser taxadas como politicamente corretas, não se sabe muito sobre a doença, os pesquisadores tratam-a como Hipocrisialis Incapacitis."


O REAL TESTEMUNHO DE R.R.

Eu estava na internet e me deparei com esta foto:


Achei bacana, pois me transpareceu serenidade, paz. Cliquei para ampliar e li a descrição da foto. Era um rapaz, falando que o Brasil dá vergonha, que expulsaram esse pobre senhor que só queria ler um livro. Fiquei irada, meti logo um comentário: "Por que não comprou um livro pro Senhor? Tirar foto e compartilhar no face não muda muita coisa."
Resolvi ler os outros comentários e achei um interessante: "Isso é balela, o post original é esse aqui!". Então, havia um link que direcionava para uma versão completamente diferente, que dizia que esse senhor sorria enquanto lia e ninguém o perturbou.

Pronto. Eu já havia esquecido o meu lixo!

Fiquei tão preocupado com o lixo do meu vizinho que esqueci do meu lixo.
Agora já foi.

É tanta informação, tanta coisa desperdiçada, tanta falta de comida, que os valores foram invertidos e não se sabe mais o que realmente tem valor. Passar uma falsa informação adiante ou julgar uma situação é produzir lixo tóxico.

Resolvi reciclar meu lixo hoje!
Respirei fundo diante de tanta ignorância, o que inclui a minha.
Me calei e botei o lixo para dentro.
E para vossa real informação, a minha vizinha não tem plantas no quintal.



quinta-feira, 31 de maio de 2012

De olhos bem abertos!


E se eu piscar é para não perder minha atenção! 
Se me encontrar dormindo, pura ilusão. É que vez ou outra descanso meus olhos cansados de enxergar tanta realidade. E se me pego sonhando, é só mais outra leitura que meus olhos fazem descansando.

Outro dia resolvi pintar os olhos! Não para me embelezar, mas sim para passar despercebida. As pessoas insistem em opinar de qual ponto de vista meus olhos devem enxergar.

O dia passou e ninguém percebeu! De olhos fechados (abertos) enxerguei tudo que me fazia bem sem ignorar a realidade. Seria impossível fazer de conta que o mundo não era tão cruel de olhos fechados! Meus ouvidos estavam mais atentos, eu precisava saber a distância dos carros, se atravessar a rua era seguro ou não, o que me obrigava a escutar até mesmo conversas paralelas! Quanta informação desnecessária, quanto groselha derramada, quantas vidas desperdiçadas. Em contra partida, os passarinhos cantavam bem mais alto. Meu tato era pura diversão, sentir tecidos, tijolos, pele. Sim, pele! Vez ou outra eu esbarrava em alguém, mas ninguém estranhava ou pedia desculpas, parecia ser normal! Para que ninguém percebesse a diferença nos meus olhos, eu apenas sorria continuando adiante, mas sempre sem resposta. Na hora do almoço senti cheiro de batata frita! Estava no centro, sabia pois havia andado mais ou menos a mesma quantidade de passos que dou para ir até o correio. Era o cheiro de uma hamburgueria da região. Lembrei da minha infância: "Titaaaaaaaaaaa! Vem comer, a janta tá pronta!". Quando eu descia as escadas correndo me deparava com uma macarronada e batatas fritas, era o meu banquete. Isso foi o suficiente para me alimentar! No caminho de volta para casa passei por uma Jasmineira, ganhei alguns minutos da minha vida lá. Agachei no chão e deslizei as minhas mãos sob a calçada a fim de encontrar uma flor de Jasmim para me acompanhar, já era dito pelos meus próprios olhos que onde há um pé de jasmim há flores no concreto.

Chegando em casa resolvi fechar meus olhos. Só então abri meus olhos descansados! Então tudo parecia mais intenso. Aquela jasmim era ainda mais linda, eu podia encontrar a batata que iria almoçar antes mesmo de toca-la e o miado do meu gato soava como uma canção de boas vindas.

Agradeci.

Tudo possui mais de um ponto de vista. Encontrar uma solução é fechar seus olhos cansados e abrir os olhos fechados!

Eu erro, as vezes eu acerto. Eu sinto falta, eu mato saudades. Eu sou muito legal, mas também sou irritantemente chata. Na realidade, não sou nada disso. Tudo na verdade é um estado momentâneo. Como continuar a mesma com tanta informação? Como aceitar uma realidade da qual não temos nenhum conhecimento? Como fechar os olhos para as coisas mais belas para começar a enxergar de um ponto de vista que não vem de você?

Não arrependa-se do que viu e não pode mudar, mude sua forma de enxergar!

Tudo o que mais me faz bem, eu enxergo de olhos fechados.
Fechem os olhos e sintam-se fortemente abraçados,



terça-feira, 29 de maio de 2012

"Três, dois, um..."

Barulho de água caindo na cabeça.
Era o primeiro banho sozinho! E como tudo que era escuro, fechar os olhos debaixo d'água trazia medo àquela criaturinha.
Eu estava ali, atrás da cortina que separava aquela tempestade escura da luz clara do banheiro, preparada para socorrer qualquer eventualidade.

Meu pequeno contou até três e enfrentou seu medo, nem precisou de mim. Não é meu filho e nem "meu" pequeno, mas o amo, tem como não amar? Amar é coisa engraçada, a gente fica feliz com cada coisa! "Três, dois, um..." foi o meio que ele encontrou para criar coragem, fechar os olhos e tirar o shampoo da cabeça sem machucar aqueles dois olhinhos curiosos.

Três, dois, um... Logo, logo, estarei no Brasil.
Três, dois, um... Vou passar em medicina.
Três, dois, um... Nenhum medo durará mais do que três segundos!

Alguns dias a gente tem que gritar, já em outros, contar até três faz nossa voz calar, nossa respiração voltar e nosso coração bater tranquilamente.

Esses dias tenho contado até três!

1. Conheci a Japonesa Brasileira mais legal dos Estados Unidos:


"Tudo é muito intenso aqui!" ela disse. E eu concordo! Quando sentimos saudades, sentimos muitas saudades, quando gostamos de alguém, gostamos muito de alguém. Quando nos chateamos, parece que o melhor a fazer é gritar. Então surge uma pequena alegria e o nosso mundo brilha mais que o sol nos dias de verão!

2. Pratiquei Yoga com o melhor professor da região: o meu mais velho! Respiramos, torcemos e viramos nossos mundos de cabeça para baixo juntos. Foi delicioso!

3. Fiz a barra de dez cortinas! Nem três, nem duas, nem uma. Dez cortinas! Nem eu achava que seria capaz de fazer isso, mas sempre que temos um propósito maior que nosso próprio ego, até o tempo fica a nosso favor. Karma Yoga. Um amigo da família, pessoa muito querida e do bem, professo de Yoga, irá inaugurar seu próprio estúdio nessa sexta. Há uma semana ele estava louco com o tanto de coisa que ainda tinha de fazer. Esse domingo a família foi ajudá-lo e me ofereci! Então passamos a tarde lá. O que não foi suficiente. Duas cortinas para a porta da cozinha e mais oito para os provadores. Voltei lá hoje e tive uma manhã gostosa, escutando boa música brasileira e fazendo o que eu gosto de fazer: arte nos mínimos detalhes. Medindo, passando, colando, esticando. Amanhã vamos pintar! Engraçado como o Keith se surpreendeu com a minha disposição, não sei se é algo cultural, se o ser humano já está desacostumado com uma gentileza ou o que será. Ele disse que não queria se aproveitar de mim, pedi que parasse de bobagem pois eu tava adorando tudo aquilo! E a melhor resposta que ele deu foi um abraço apertado seguido de um "Thank you so much!", então agradeci ele também, afinal, não fosse por isso, não fosse por ele, não sei por onde conseguiria ser um pouco mais útil nos lados de cá.

Pronto. Meu grito cessou, minha respiração flui e meu coração é um rio de correnteza leve.

As faculdades te ensinam a teoria, mas a prática somos nós que devemos viver.
Que minhas palavras, hoje, te façam contar até três! 

Tendo em vista que é preciso repetir uma frase três vezes para gravar no teu inconsciente, me despeço assim:

Um abraço de saudades,
dois beijos, na testa e na mão, e
três "Eu te amo" ditos olhando nos olhos!

Continuem brilhando,

segunda-feira, 28 de maio de 2012

É fácil demais dificultar!


Lembro como se fosse hoje de um texto que quando eu estava na quarta série. A história era se um ladrão que ia atrás de um sábio chinês. “Fiquei sabendo que o senhor faz milagres, sempre roubei, mas decidi que quero largar essa vida, então vim falar com o Senhor!”, então o sábio pediu que ele voltasse para casa e disse que tudo iria melhorar. Um tempo passou e o ladrão continuou levando a mesma vida, com raiva do sábio, voltou para cobrá-lo. “O Senhor acha que eu sou um idiota? Olha aqui, não importa se o Senhor é milagreiro ou não, mas se eu continuar roubando, volto aqui e mato o Senhor!”, o sábio, mais uma vez deu sua palavra que tudo melhoraria e pediu que o ladrão voltasse pra casa. Nada aconteceu. O ladrão estava decidido. Chegando na casa do sábio, ele já o esperava e fez apenas um pedido “Aceito que me mate, mas como um último desejo, peço que sepulte meu corpo embaixo daquela rocha, tentei move-la para cavar minha própria cova, mas já não tenho força o suficiente!”. O ladrão, para tentar diminuir um pouco o Karma de matar um sábio, achou melhor realizar esse último pedido, então quando ele foi remover a rocha, o sábio se sentou no topo dela e começou a observar. O ladrão, furioso, pois a rocha que já era pesada, ficou ainda mais pesada com o sábio em seu topo: “Olha, meu Senhor! Eu não te entendo, quer morrer no topo ou ser enterrado embaixo da pedra? Não tire a pouca paciência que me resta senão acabo com o Senhor agora mesmo!”. Então a resposta veio “Vê como é difícil? Não há como eu remover uma pedra do seu caminho se você mesmo está acomodado em cima dela. Eu poderia ter dito as palavras mais sábias, mas para você nada faria sentido. Agora, se deseja me matar, vá em frente. Eu já não posso fazer mais nada por você!”.
Então ele nunca mais roubou.
Engraçado como o ser humano é! Acomodado. Não que as coisas sejam difíceis, na realidade, acho que a dificuldade é mais uma palavra que inventaram para que nossos medos fossem “compreendidos” do que um real empecilho. Mas tudo vem por causa do que já foi! Ser sábio deve ser uma delícia, “difícil” é aprender a escutar, ler, entender com o coração, meditar, se abster de vícios, de coisas materiais. É claro que é mais fácil continuar em frente e culpar terceiros pela falha do nosso crescimento espiritual! “Você me abandonou quando eu mais precisei!”, “Você não me ama!”, “Como você pode fazer isso comigo?”.
As pessoas erram e estão em constante aprendizado, ninguém veio aqui pra ser instrumento único de uma pessoa, como um produto. Somos dependentes sim, mas somos dependentes para aprender não para que aprendam por nós. Temos que entender que as pessoas cruzam nossas vidas para nos ensinar, mas só conseguimos aprender se estamos aberto a essa percepção de que essa dependência saudável, essencial para nosso crescimento, é impermanente.
Ame muito e aceite que as pessoas vão e vem, mas cada pequeno momento de aprendizado fica, em duas parte, uma aqui e outra lá. Pronto. A escolha é sua!


terça-feira, 22 de maio de 2012

O problema em não gritar,

é que nosso grito explode dentro da gente!
Essa era minha cara as 3 da tarde:


Hahahahaha... Confesso, eu devia estar mais descabelada.
Voltei na DMV pra fazer a prova prática para tirar minha habilitação semana passada, a rodovia estava em reforma e não pude fazer. Hoje, liguei lá pra confirmar se estavam fazendo o teste e confirmaram positivo, mas para a minha surpresa, ao chegar lá, "Senhora, a rodovia está em reforma, não estamos fazendo o teste!". Falei com a gerente e quase me arrependi de ter falado com ela. Só não me arrependi por que não costumo me arrepender, não quebraria esse costume por ela.

Foi eu entrar no carro pra começar a gritaria.
"Esse país tá me deixando malucaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Eu tô gritando sozinhaaaaaaa! #@$@$%$ que pariu! Quero o Brasil. Mããããããããeeeeeeeeeeeee! Tomar no @#!@$@#$@#$!@#!%$#¨%$%¨, bando de gente sem educação! Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!"

Ai eu comecei a rir da minha situação. Pronto, tinha passado!

Tenho lido, visto e procurado, bastante sobre medicina, neurologia, patologias. E, sabe, cheguei a conclusão de que gritar é necessário. Como as pobres galinhas que são obrigadas a ficar em gaiolas pequeninas para produzirem ovo afim de satisfazer um mero prazer de uma raça "superior", somos aprisionado a uma gaiola invisível de costumes que nos qualificam sãos para continuar alimento aqueles que comem nossa carne viva com ovos de galinha. E como galinhas que não podem bater suas asas, nos vemos infelizes sem entender o por que.

Eu fiz o caminho de volta com o som no último volume e cantando (para alguns gritando) as música no inglês da Rafaela. Já que há apenas uma linha tênue que divide a lucidez da loucura, não seria um problemão passear para os lados de lá, ou o contrário, ou tanto faz.

Gritei, fiquei em paz, não bati em ninguém, mas me permiti sair do meu normal!
Abri minhas asas e cuspi na cara da sociedade: dessa vez eu não vou botar um ovo. "Deixa isso pra lá, vem cá o que que tem, não é por que ela não é feliz que eu não vou ser também!"
E dai a gente vê que é melhor gritar sozinho e não descontar em ninguém a ter uma vida assim, distribuindo impaciência, mau humor e desrespeito.

E que minha loucura seja perdoada, por que se ser normal no mundo de hoje está fazendo mal para a minha lucidez!

Um abraço apertado para cada leitor maluco beleza que decidir ter um lapso de loucura para aliviar o stress ao invés de descontar no amiguinho.

Hehehehehehe...
Saudades, amados.

domingo, 20 de maio de 2012

Semana um mês

Ieeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Boa noite! =)

Como estão todos? Duvido que tem alguém sentindo mais saudades do que eu, hahahahahaha!
Bom, mais uma vez eu demorei uma semana para postar. É que essa semana o tempo passou arrastado, foi uma semana cansativa, acho que a mais chata de todas as semanas, mas a com mais aprendizado!

Vamos começar com segunda? Esse vídeo, foi a caminho do Blues Alley:


Agora notem meu sorriso largo na companhia do queridíssimo, Rico, depois de um show onde conheci uma brasileira, linda, professora de samba, e tive o prazer de ouvir "Mas que Nada" e "Chega de Saudades", foi lindo e engraçado ouvir um pouco de Brasil com sotaque Norte Americano, a nossa bossa marcada pelos vícios do Jazz:



Terça, quarta e quinta, vamos pular? Eu trabalhei tanto, cansei tanto que não sei se é a melhor coisa para descrever aqui!

Mas sexta, sexta é sempre lindo! Hehehehehe...
Meus meninos estão cada vez mais especiais, mais carinhosos, mais surpreendentes. Estamos construindo uma relação bacana, é engraçado vê-los evoluindo diariamente.
Sexta de manhã tive mais uma aula de Terapia Crânio Sacral, eu confesso que depois de terça, quarta e quinta, minha vontade era de ligar para a professora e remarcar nossa aula, mas agradeço por não ter feito isso.
Quando cheguei na Clínica, a mãe da minha professora, que trabalha com acupuntura disse "Ela está nessa sala e pediu que entrasse quando chegasse, está tratando de uma paciente!". Quando entrei ela falou "A Rafaela acabou de chegar, ela vai assistir um pouco o tratamento e se você se sentir confortável ela fará um relaxamento na parte inferior do seu corpo, pés, pernas, quadril.". E ela foi minha primeira "paciente"! Então meus problemas não tinham mas sentido nenhum, minha preocupações perderam o lugar para aquele momento de tamanha entrega. Me concentrei e dei o melhor de mim, cuidei, respeitei e amei aquele ser tão humano quanto eu. Com um corpo, uma mente, um coração, uma vida, uma realidade! Talvez completamente distintos dos meus, talvez nem tanto, mas o que realmente interessava é que estávamos ali e aquele era o momento de reciclarmos nossas energias e permitir essa troca tão sagrada a qual o toque nos possibilita. Findado o tratamento, mas uma paciente nos esperava, ou melhor, duas! Uma carregando a outra. O com que me deparei sexta tranquilizou-me de tal maneira que me sinto preparada para ficar forte pelos próximos 10 meses que tenho por aqui! Era uma mãezinha de primeira viagem, ela está carregando uma pequenina vida. A pressão está alta, logo, marcaram uma cesária que será induzida na próxima quarta feira. Essa situação teria me tocado em qualquer época, mas me tocou mas naquela sexta por ter me remetido a gravidez da minha irmã mais velha. Meu sobrinho tava com pressa pra nascer, queria aproveitar a Tia antes mesmo dela saber que ia pros States. A pressão da minha irmã não baixava nem com reza braba! Hehehehehehe... E eu não pude fazer nada, até tentei a reza braba!
Quando nos despedimos das pacientes e comentei com a minha professora que eu estava contente por estar vivendo tudo aquilo e estar me informando e me formando sobre o que fazer em casos como esse, principalmente por ter assistido a situação da minha irmã de mãos atadas, ela respondeu "Não sei como você lida com isso, qual a sua crença, mas eu acredito que quando passamos por situações em que não conseguimos ajudar alguém, mas um pouco mais tarde, ajudamos outra pessoa em uma situação semelhante, o universo dá um jeito de que essa energia que transformamos também toque aquela pessoa que não conseguimos ajudar, por que de uma forma ou de outra, ela foi um dos motivos que nos fez buscar informação!".
Então aula de Yoga pra me deixar ainda mais feliz. Eu passei uma semana ser ir pro estúdio praticar, estava achando que meu corpo não ia responder muito bem, mas para minha surpresa, meu corpo estava super aberto. Engraçado que apesar da prática para o nosso bom desenvolvimento nas posturas psicofísicas do Yoga, quando passamos por situações difíceis e conseguimos resolve-las, quando agimos de forma mais doce, quando paramos para medir, nossas posturas se tornam mais fáceis. Não sei se posso afirmar o que leva a que, sé são as posturas do yoga que mudam nosso comportamento ou o contrário, acredito que esses trabalham em uma interdependência essencial para a evolução espiritual.
Depois do yoga, casa, desenho, meninos, Taekwondo, banho, janta, dormir.

Sábado teve futebol do mais novo e correria para não atrasar no trabalho voluntário! Sim! Fui panfletar pros meu amigos que não conseguem segurar os papéis com as patas anteriores equilibrando-se nas posteriores para ficar de pé. Vacas, bois, cavalos, porquinhos, ovelhas, cabritos! Ou pelos que se equilibram sobre as patas mas as asas não são anatomicamente feitas para separar um papel do outro. Galos, galinhas, pintinhos, gansos, emas, siriemas, patos, marrecos, perus. Claro, pelos que não conseguem respirar fora d'água também. Tubarões, baleias, pacus, camarões, polvos, lulas! Amigos, essa foi pra vocês:


Rafaela, eu e Katie! Gratidão, meninas! Foi lindo.
A ong é essa aqui: http://www.cok.net/
Tive uma tarde especial e adorei estar no papel de quem fez por mim um dia. 
Essa tarde eu ainda vou explicar melhor em um post futuro, acredito que nessa semana, minhas conversas e desabafos merecem vossa atenção. Hehehehehe...

Voltei para casa, trabalhei mais um bocadinho. Quando entrei na internet meu querido amigo Arturo estava on line e começamos a conversar sobre filosofia e foi ai que ele teve uma idéia brilhante, hehehehehe... "Rafinha, olha esse vídeo! (Me mandou o link) Vamos assisti-lo ao mesmo tempo e conversar sobre o assunto?". ADOREI! Era uma palestra de um Lama Budista, falando sobre meditação, vazio da mente, como fazemos para atingir o nirvana. Outro assunto que merece outro post nessa semana.

Hoje. Acordei cedo, tomei u café reforçado e fui para mais uma aula, dessa vez só para observar. Encontramos mais uma vez com a nossa mamãe, foi lindo. Ao ativar um dos pontos que faz com que o fluído energético da pélvis, na região aonde o bebe fica, seja ativado, a bebe acordou e se mexeu sem parar, foi mágico sentir toda aquela comunicação através daqueles constantes movimentos na barriga, estávamos todas trocando energias e nos comunicando, eu, minha professora, a mãe e sua filhinha!
Logo depois dessa paciente recebemos um bebê de um ano e um mês, ele estava chororô, com febre, dificuldade para dormir e querendo colo toda hora. Bebês são simples. Quando você encosta em um lugar onde dói, imediatamente eles fazem algo para mostrar o desconforto, choram, tiram sua mão de lá, afastam-se. Conseguimos tranquiliza-los e nos certificamos de que ele estava saudável na região das pernas e coluna, a tensão estava na cabeça. Minha professora fez alguns exercícios e aconselhou a mãe para repeti-lo em casa.

Voltei para casa, almocei e foi o suficiente para eu dormir a tarde inteira depois dessa semana com cara de um mês! Hehehehehehehe...

Vou ficando por aqui, meu post tá quase uma Bíblia.
Espero que tenham uma semana cheia de luz, amor e aprendizado.

Prometo postar textos menores e mais frequentes, tá? Hehehehehehehe...
Saudades,