terça-feira, 4 de setembro de 2012

Rafaelândia

Gente, pode chegar!
Não precisa de visto nem passaporte!

Cultura? Na Rafaelândia não tem cultura não. É só chegar! Sério mesmo, tá fácil de entrar.

Enquanto tomos sofrem com burocracias hipócritas nos territórios do planeta Terra, os moradores da Rafaelândia passam as tardes cagando na cabeça de todo mundo.

O mundo é grande demais para levantar bandeiras e como moradora da Rafaelândia volto atrás no que disse e deixo pra lá essa história de Rafaelândia, na realidade, não quero pertencer a lugar nenhum e a bandeira que levantei no meu território, vou queimar aqui mesmo com um sorriso largo de liberdade no rosto.

Não tenho orgulho de ser brasileira, não tenho orgulho de ter chegado nos EUA e tem tenho orgulho das terras onde pisarei, orgulho é ficar feliz pelo teu ego. Meu ego? Resolvi queimar junto com a bandeira.
Luiz Gozaga, pra mim era um mestre, Gandhi, era um mestre, Buddy Guy, outro mestre, Oscar Wild, outro mestre, Stanislavski, mais um, Patch Adams, ainda é! Gosto de feijão, gosto de macarrão, gosto de sushi e piroske. Rodar pião me agrada, soltar pipa me deixa feliz, fazer yoga também. 

E se não falo a tua língua, não tem problema nenhum, vou te abraçar que é pra acabar com qualquer fronteira que o ser humano construiu!
Se eu pudesse, jogava todos os meus documentos fora e deixava pra lá essa história de números que registrem sua cor, raça, nacionalidade, etc, e vivia por ai, mas como queimei minha bandeira, já não tenho mais nada pra provar que no país que acabei de conhecer, ninguém precisa disso para se identificar.

Foi hoje, no meu desespero para dançar um forró que eu aquietei a minha mente e atentei meus ouvidos para o blues que tocava no rádio! Gratidão. Não interessa aonde, com quem, em qual cultura, sentir o acolhimento na sinceridade que qualquer cultura carrega é uma benção, se dispor a ser acolhido é render-se ao amor de quem destrói fronteiras para construir pontes.

Sou tudo, nem aqui, nem lá, nem apenas eu, nem todos sem mim, sou essa que é reflexo do que já viveu, dos lugares que passou da gente que conheceu.

Luz, muita luz, para a iluminar a cabeça de quem jura de pé junto que o que o ser humano, assim como um produto barato, é definido por uma etiqueta MADE IN qualquer que seja o lugar.

Paciência para que eu faça silêncio perante os que insistem em se ORGULHAR.

Pau no cu de quem levanta bandeiras sem perceber que sua haste foi fincada da mão de seu próprio irmão.

Somos filhos do mundo, somos filhos errantes de uma mesma nação.

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