segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sobre namoro, apego e as responsabilidades do Pequeno Príncipe!

Acho que quem me conhece sabe que sinceridade é uma das coisas que me caracterizam.
É, é, isso mesmo.

Sinceramente?
Estou farta.

É, é, isso mesmo.
A Rocha dividiu tanto sua paciência que virou grão de areia no fundo do mar.

É tanto blá, blá, blá, tanta cupa cristã, tanta prestação de conta, que a felicidade é deixada de lado. O namoro deixou de ser uma aventura onde descobrimos o lugar onde quem amamos sente mais cócegas para ser uma mera posição social.

Quando aceito namorar com alguém, costumo dividir meus desejo quanto a nossa relação: esse é um ensaio para o nosso casamento. Calma, não precisa se espantar! Alguns grupos de teatro ensaiam por anos e mesmo assim não estreiam sua peça, não precisamos casar se o ensaio não der certo. Nossos corpos serão turistas um do outro, vamos descobrir cada parte de nós e dividiremos os lugares mais secretos. Cada conversa será uma descoberta, cada gesto será especial, cada flor deverá nos fazer sorrir, cada manhã juntos será um bom dia, cada palavra e sentimento serão sinceros, sem mentiras, sem apego. Quero que fique bem mesmo longe de mim e que se ficar feliz nos braços de outro, lembre da nossa sinceridade, me conte para que eu aprenda a continuar respeitando a sua felicidade e fazê-la dela o suficiente para me fazer feliz também.

Apego besta esse de achar que só somos felizes se possuímos! Estamos tão preocupados com a aliança no dedo que esquecemos do significado da aliança que só duas pessoas podem ver. Queremos tanto dormir abraçados com alguém que esquecemos que no dia seguinte acordar com um sorriso no rosto para desejar um bom dia é tão fundamental quanto o pé do seu parceiro foi para esquentar teus próprios pés no frio de quem dormiu sozinho na noite anterior. Estamos tão apegados a sermos responsáveis pelo que "possuímos" que esquecemos de continuar cativando-os.

Quando Saint-Exupéry "Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas" acredito que ele estava falando de amor e não de apego. Até por que, existe uma parte onde ele fala muito bem sobre o apego, sobre a possessão que existe no apego, quando o Pequeno Príncipe encontra o Contador de Estrelas, segue um pedacinho:

" - O que fazes tu dessas estrelas?
  - Que faço delas?
  - Sim.
  - Nada. Eu as possuo.
  - Tu possuis as estrelas?
  - Sim.
  - Mas eu já vi um rei que...
  - Os reis não possuem. Eles "reinam" sobre. É muito diferente."

Reinar ou possuir? Cuidar ou contar? Cativar ou administrar?

Estamos tão preocupados em dar nome aos bois e donos as propriedades que esquecemos de respirar.

Então você conseguiu juntar 832392830912 estrelas mas os teus olhos estão tão cansados de contar que não conseguem admirar o brilho delas. Preocupamos-nos tanto em ser fiel a um contrato que esquecemos do por que aceitamos assinar os papéis.Assim como esquecemos em qual números paramos de contar, amar cai em um esquecimento banal de quer preferiu possuir a contemplar.

Se o contrato foi quebrado, se perdeu a conta das tuas estrelas ou se mais uma vez o seu namoro não durou mais de 5 meses, fica bem, o importante é ser fiel aos teus próprios sentimentos e princípios.

Não. Não sou a favor de traição. Com a sinceridade que tenho, não caberia!
Mas sou a favor da liberdade. É, eu ainda acredito que a única coisa que nos prende é a liberdade!
E só quem experimenta a sinceridade e contemplação sabe o que é liberdade a dois.

Hoje me dividi de areia para arcar com a minha responsabilidade de confortar os pés sozinhos dos que se banham no mar, devo assumir que pisar todo dia em rocha dura deve machucar.

Mas rocha também ama e a Rafaela Rocha aprendeu a dividir só pra poder cativar.

Que essa semana dê espaço ao amor,
abraço de quem ama muito.





4 comentários:

  1. Sentimentos vem e vão....mas seu cheiro fica pra sempre!

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    1. Isso é cativar, Ed.
      Meu cheiro ficou ai e teu sorriso eu roubei e trouxe na mala comigo!

      Quanto aos nossos sentimentos, continuam indo e voltando, mas agora a gente tá tendo que jogar pro alto pra ver se cai no outro lado.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. A ilusão de posse é uma das mais sutis e devastadoras...
    Ela faz vc se separar do outro como se não fossem unos em essência.
    É que o mundo é tão metamorfose que nos deixa assustados!
    Tendemos a fingir possuir algo pra buscar segurança, onde não está!
    Uma impressão de estabilidade.
    Mas sabemos que é tudo emprestado e momentâneo...sempre muda.

    Algo pode ser "seu" e "eterno" se você escolher entender os protocolos!
    Algo ou alguem é "seu" e "pra sempre" quando vc entende a função que teve/tem na sua vida!

    Assim esse não passa a existir no passado mas sim coexistir com o presente em suas atitudes, escolhas, palavras, etc, dentro de vc, incorporado ao seu ser e não externamente.
    Fecho os olhos e te vejo refletida no espelho do meu coração!

    Boa sorte meu anjo...não perca a paciencia ok? bjs
    by Lukets

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