domingo, 30 de setembro de 2012

Notas sobre a beleza!

Hoje só vou falar de coisas belas!

Uma flor desabrochando, o sorriso de uma criança, um abraço sincero, um beijo cinematográfico, uma mãe amamentando, um pé de uma pessoa no pé de outra pessoa debaixo das cobertas, um casal dançando, alguém dançando sozinho feliz, um bom dia de um desconhecido, um passarinho voando, um gato deitado no sol, um corpo nu, acordar com um bom dia ainda na cama, acordar com o gato no pé da cama, acordar com um passarinho cantando.

Estou falando de coisas belas de verdade. Verdade no meu ponto de vista, é claro.
O que é belo pra você? Qual foi a última coisa bela que você viu? Qual de todas elas foi a mais bela? Já conseguiu aceitar o quão belo você é?

Sintam-se livres para responder nos comentários, eu quero realmente saber!

Não é fuga de realidade ou querer disfarçar sofrimento com poesia, muito pelo contrário, minha poesia é um grito sufocado e a única fuga que encontrei para fugir da realidade foi aprender a encara-la.

Foi me olhando no espelho que aprendi a gostar no meu nariz, um pouco maior do que o normal. Não por ser belo do ponto de vista de terceiros, já que não segue o padrão "normal", mas por ser belo do ponto de vista que eu enxergava! Posso dizer então que a beleza é bem mais uma questão de ponto de vista que de realidade ou normalidade.

A beleza é amor palpável, aprender a enxergar a beleza em tudo e em todos é aprender a amar, aprender a enxergar do seu ponto de vista sem levar em consideração apenas os padrões da realidade e/ou normalidade.

Tudo é belo quando você aprende a enxergar a beleza de uma maneira mais interior que exterior. Repito: foi me olhando no espelho.

Sou bela com espinha, nariz grande e cabelo bagunçado. Que fique claro, não estou levando os padrões em consideração. Que fique claro, os padrões não entram nas coisas belas que me dediquei a falar nesse texto. Que fique claro, você é uma dessas coisas belas.

Uma semana bela, um espelho para cada leitor e morte a qualquer padrão que venha a interferir no seu ponto de vista, tão belo quanto o que o seu espelho reflete.

SINTAM-SE ABRAÇADOS!
Saudades mil, saudades mil...

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Rafaelândia

Gente, pode chegar!
Não precisa de visto nem passaporte!

Cultura? Na Rafaelândia não tem cultura não. É só chegar! Sério mesmo, tá fácil de entrar.

Enquanto tomos sofrem com burocracias hipócritas nos territórios do planeta Terra, os moradores da Rafaelândia passam as tardes cagando na cabeça de todo mundo.

O mundo é grande demais para levantar bandeiras e como moradora da Rafaelândia volto atrás no que disse e deixo pra lá essa história de Rafaelândia, na realidade, não quero pertencer a lugar nenhum e a bandeira que levantei no meu território, vou queimar aqui mesmo com um sorriso largo de liberdade no rosto.

Não tenho orgulho de ser brasileira, não tenho orgulho de ter chegado nos EUA e tem tenho orgulho das terras onde pisarei, orgulho é ficar feliz pelo teu ego. Meu ego? Resolvi queimar junto com a bandeira.
Luiz Gozaga, pra mim era um mestre, Gandhi, era um mestre, Buddy Guy, outro mestre, Oscar Wild, outro mestre, Stanislavski, mais um, Patch Adams, ainda é! Gosto de feijão, gosto de macarrão, gosto de sushi e piroske. Rodar pião me agrada, soltar pipa me deixa feliz, fazer yoga também. 

E se não falo a tua língua, não tem problema nenhum, vou te abraçar que é pra acabar com qualquer fronteira que o ser humano construiu!
Se eu pudesse, jogava todos os meus documentos fora e deixava pra lá essa história de números que registrem sua cor, raça, nacionalidade, etc, e vivia por ai, mas como queimei minha bandeira, já não tenho mais nada pra provar que no país que acabei de conhecer, ninguém precisa disso para se identificar.

Foi hoje, no meu desespero para dançar um forró que eu aquietei a minha mente e atentei meus ouvidos para o blues que tocava no rádio! Gratidão. Não interessa aonde, com quem, em qual cultura, sentir o acolhimento na sinceridade que qualquer cultura carrega é uma benção, se dispor a ser acolhido é render-se ao amor de quem destrói fronteiras para construir pontes.

Sou tudo, nem aqui, nem lá, nem apenas eu, nem todos sem mim, sou essa que é reflexo do que já viveu, dos lugares que passou da gente que conheceu.

Luz, muita luz, para a iluminar a cabeça de quem jura de pé junto que o que o ser humano, assim como um produto barato, é definido por uma etiqueta MADE IN qualquer que seja o lugar.

Paciência para que eu faça silêncio perante os que insistem em se ORGULHAR.

Pau no cu de quem levanta bandeiras sem perceber que sua haste foi fincada da mão de seu próprio irmão.

Somos filhos do mundo, somos filhos errantes de uma mesma nação.