segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Fronteira



Sabe qual o nome das fronteiras invisíveis que colocam limites nos países? DINHEIRO! Sim, dinheiro.
Olha, tô num desespero! Hoje liguei pra minha avó com uma voz que ela preocupou na hora:
"- Vó! Minhas malas tão muito pesadas! É livro demais!"

Como eu faço?
Já separei uma sacolona de roupas! O que eu faço?
Será que só pagar uma mala extra para carregar o meu livro será suficiente?

O que eu faço?
O que eu faço pra conseguir dividir em um mundo onde as pessoas só querem aprender a multiplicar o que tem sem ao menos aprender a somar com os que nunca tiveram nada?

Os livros que eu levo não são pra mim, nem os LP's e nem os CD's. Eles são pra todos, só vou cuida-los para que eles possam circular por ai! Essa cultura daqui, a música, o conhecimento, os desenhos, as artes, elas são patrimônio do mundo, elas não são de um país, de uma pessoa.

Gente... Não pode ser ingenuidade minha! Não mesmo! Ninguém faz nada sozinho, não existe mérito individual! Poxa vida! Será que o homem teria inventado o avião se não visse os pássaros voando? Será que haveria descobrimentos científicos não fossem pessoas e animais morrendo para que eles fossem testados em prol de uma cura para aqueles que sofrem por não serem saudáveis? E a história é cheia de muitos outros exemplos que provam a interdependência essencial para evolução humana. Pois bem, de ante de tantos exemplos, como centralizar uma conquista, uma evolução em um ser, em uma universidade, em uma nação? Mérito? Mérito de que? Mérito pra que? Não, não, não. Não concordo, tá tudo errado! Tal pessoa incentivou a ação? A nação incentivou? Ahhhh... Tá! Mas da onde veio o dinheiro? De pessoas sem dinheiro que trabalham de prol de um patrão ou nação e nunca terão o dinheiro para ter acesso ao conteúdo que gerou esse mérito?

O que eu faço? O que você faz?
Acham isso justo?

Vamos continuar centralizando o conhecimento, a arte, a cultura, nas mãos dos que tem dinheiro?
Então tá, um apelo para os que tem dinheiro: VAMOS DIVIDIR! DIVIDA! POR FAVOR, DIVIDA!
Eu adorooooo gastar, gasto adoidado, por que gasto pra dividir, e trabalho de novo, trabalho e trabalho mais ainda por que sei que aquele dia de trabalho delicioso com as minhas crianças, fazendo massagem em alguém vai virar um livro que vai ensinar alguém que vai ensinar alguém e assim o meu CAPITAL vai circular de maneira eficiente, me desprendo e só recebo mais em troca.

Eu pago o que for pra quem quiser centralizar, mas os MEUS livros vão fazer uma viagem direta até a comunidade da Brasilândia!

E se eu peguei uma arma pra aprender a atirar rosas com o Tio Sam, agora eu quero ver o Tio Sam tocar pandeiro!

Tô puta mesmo e não quero nem saber. Acho uma putaria esse egoísmo, e não é uma critica só aos EUA nãoooooo, Cuba é uma putaria também com essa porra de comunismo onde ninguém tem papel pra limpar a bunda e o Fidel caga numa privada de ouro.

Falem o que quiser, pensem o que quiser.

Logo mais estarei em Cuba voltando com salsa, livros em espanhol e outro blog pra dividir com quem eu quiser.

Beijos e abraços pro Obama, Fidel e especialmente pros que dividiram minha frustração. Bem melhor agora, prometo que toda essa irritação vai virar força pra continuar dividindo.

2 comentários:

  1. O problema não é o dinheiro. o dinheiro é só um objeto de representação. Ele representa o poder. "Nós" crescemos paprendendo que sem dinheiro não se poder ter nada. Aprendemos que isso custa tanto e aquilo custa tanto. Aprendemos que eu posso emprestar meu brinquedo, mas só se eu tiver certeza de que o outro não vai estragar, ou de que não vá roubá-lo, ou se eu tiver brincando por perto pra saber o que vão fazer com meu brinquedo. E se ele arranhar eu apanho em casa por que custou caro. Quando crescemos vamos ficando cada vem mais burros e mais duros e mais engessados na ideia de que para ser é preciso ter e para ter é preciso fazer o que for preciso. É preciso trabalhar dias e noites sem descanso, é preciso sofrer opressão, sofrer humilhação pública e pessoal, é preciso ser atacado verbalmente, psicologicamente e fisicamente. Somos ensinados que nós não pertencemos a nós, nem pertencemos ao todo, ma que pertencemos ao outro, se ele puder te pagar. O dinheiro é figura de linguagem para poder, sinônimo de controle. Para que sonhar em ser chefe de uma equipe? Pra poder mandar em pessoas que eu subestimo serem menos que eu. Pra que sonhar em comprar um carro? Pra mostrar aos outros a minha capacidade e intimidar aqueles que me julgam incapaz. Afinal de contas um carro para cada habitante não faz sentido quando a velocidade média é de 40km/h. Pra quê sofrer psicologicamente, emocionalmente, e comprometer minha saúde física, mental, emocional e espiritual em prol de dar meus talentos, que eu sofri pra conquistar, para uma pessoa que não se importa com você, nem com o que você fez ou o que você sonha em ser, mas se importa somente em te explorar para mostrar ao seu cliente o bom serviço que a "empresa" que ele coordena é capaz de fazer. Pra vender de maneira suja e porca o trabalho que vc se dedicou a fazer, em troca de dinheiro. E no final das contas o que você faz vai ser vendido pra outras centenas ou milhares de pessoas, controladas por um sistema porco e imoral que tem o poder sobre nós.Roubam nossos sonhos, roubam nossa esperança, roubam nossa integridade, roubam nossas aspirações, roubam nossa alma, e sobra um pobre espírito fantoche, sem emoções ou sentimentos, seco, espremido como um sachê de amostra grátis. Mas tudo bem porque ouvi na tv que o governador está adotando um novo sistema de coleta de lixo e reciclagem. enquanto isso as cidades vão ficando cada vez mais imundas, abarrotadas de almas podres, carregadas pela chuva ácida da arrogância.

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    1. Apoiadíssimo, companheiro! Pode trocar a palavra dinheiro por poder e o texto será nosso.

      No final das contas somos todas putas, umas gozam em serviço outras não. Hoje gozei na cara da sociedade! ;)

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